09 de janeiro de 2013 |
N° 17307
ARTIGOS - Ricardo
Russowsky*
A educação na agenda dos
prefeitos
O ano que se inicia, para a
educação, chega cheio de novidades. Uma delas traz a força da lei e entra com
firmeza nas agendas dos novos prefeitos que recém assumiram: eles vão ter que
criar 14 milhões de vagas para crianças de quatro a cinco anos. Trata-se da
universalização da pré-escola, o que, para nossas crianças, é uma grande
notícia.
Os pequenos brasileiros se
transformaram em protagonistas de um capítulo virtuoso da história da educação,
pois tornam-se missão de gestores municipais hoje responsáveis por quase 75%
das matrículas da pré-escola, que terão prazo para cumprir a lei até 2016.
Não é essencial dar valor a este
investimento diante do potencial retorno que ele sugere. Ainda que a proposta
carregue consigo toda a infraestrutura necessária, como construção de prédios e
treinamento de professores, por exemplo. Mas não tenho dúvida de que o
investimento vale cada centavo com retornos futuros grandiosos para o país.
A educação é crucial para o
avanço de uma nação. Quanto mais cedo uma criança for educada, melhor. Quem
recebeu atenção na educação infantil, apontam as estatísticas, multiplica o
efeito da educação, mostra melhor desempenho ao longo da jornada acadêmica e no
comportamento social e baixa tendência à criminalidade. Sem falar no retorno do
investimento, porque tentar ensinar anos depois o que deve ter sido aprendido
na infância certamente custará muito mais caro.
É preciso deixar claro também que
não basta apenas criar vagas. A missão dos prefeitos é ainda maior e ganha
amplitude fantástica porque é preciso planejar um ensino de qualidade tal qual
o dos países que já iniciaram este processo, como o Canadá e a Finlândia, que
investem com professores dessa faixa etária mais do que com os demais.
Educação é um assunto que toca a
todos nós desde sempre, mas neste início de ano vamos apostar no futuro. Sempre
é tempo de renovar os votos de que o círculo virtuoso deste processo é
imensurável para o cidadão e para a economia.
Temos uma das menores médias de anos
de escolaridade entre os países emergentes. Apenas 7,2 anos, enquanto nossos
vizinhos argentinos chegam a 9,3 anos e os americanos a12,4 anos. Nossas
posições nos rankings mundiais são pífias e os investimentos em educação nos
Estados mostram que o Rio Grande do Sul foi o que menos investiu com recursos
próprios.
Sabemos onde terminam estes
dados. Menor produtividade, menos inovação, mais criminalidade e um país com
fracos pilares de desenvolvimento. Aproveitando a legislação e programas de
planejamento dos novos prefeitos que precisarão ser cumpridos com a
universalização da pré-escola, proponho uma reflexão: vamos pensar em como
participar deste processo e contribuir para o seu cumprimento.
A Federasul, através da parceria
com o Tribunal de Contas do Estado, têm instrumentos relevantes para acompanhar
este tema em todos os municípios. Suas filiadas, as Associações Comerciais,
Industriais e de Serviços, desde o ano passado, estão recebendo treinamento
específico para fiscalizar as contas e os projetos públicos. Nosso país
agradece e todos agradecemos também.
*PRESIDENTE DA FEDERAÇÃO
DAS ASSOCIAÇÕES COMERCIAIS E DE SERVIÇOS DO RIO GRANDE DO SUL
(FEDERASUL)
Nenhum comentário:
Postar um comentário