09 de janeiro de 2013 | N° 17307
EDITORIAIS
Cidade
despreparada
Bastou uma chuva de razoável intensidade como a registrada
na noite da última segunda-feira para os porto-alegrenses constatarem que vivem
numa cidade despreparada para garantir-lhes serviços básicos em caso de
intempéries. A combinação de obras viárias com a falta de planejamento para
emergências provocou transtornos para a população, semáforos desligados, caos
no trânsito, ruas alagadas, imóveis inundados e desamparo total para os
cidadãos atingidos. As obras são necessárias.
O momento também é adequado, pois nos meses de verão o
movimento de trânsito é menor na Capital. Ainda assim, é chocante constatar que
o poder público não se previne em relação a eventuais quebras de rotina, como a
do início desta semana.
Porto Alegre, de fato, já não alaga mais com chuvas de 40mm
por dia. Entre 18h de segunda-feira e 6h da manhã de ontem, choveu cerca de
65mm, o equivalente a 65% da média de janeiro na Capital. Obras como o Conduto
Álvaro Chaves, na Avenida Goethe – onde o acúmulo de água costumava provocar
pânico entre quem trafegava de carro pelo local –, demonstram que é possível
eliminar ameaças crônicas aos cidadãos com projetos adequados. Falta, agora,
garantir os recursos necessários para intensificar a execução de ações
semelhantes em outros pontos nos quais as inundações costumam ser constantes.
Além de fazer com que obras desse tipo não fiquem apenas na
promessa de períodos eleitorais, a administração José Fortunati precisa
intensificar a fiscalização sobre suas próprias ações e sobre hábitos dos
munícipes. Quando as águas baixaram, por exemplo, muitas ruas da Capital
ficaram tomadas por sacos de lixo. É óbvio que, se isso acontece, há algo
errado com a forma de descarte ou de recolhimento, ou de ambos.
O poder público tem o dever de conscientizar os cidadãos,
com campanhas educativas, sobre o papel que lhes cabe para evitar a repetição
desses problemas. Da mesma forma, os cidadãos precisam ter consciência de que
só a pressão permanente e responsável pode levar a Capital a se tornar menos
vulnerável a fenômenos que alteram sua rotina.
Nenhum comentário:
Postar um comentário