12 de agosto de 2012 | N° 17159O
CÓDIGO DAVID | DAVID COIMBRA
Caminhando em Londres
Você está batendo pernas por Londres e quer descobrir onde
fica um lugar qualquer. Digamos, a casa em que viveu e morreu Amy Winehouse, em
Camden Town. Você pergunta para um agente da Scotland Yard. Pode perguntar,
eles são muito prestativos. Se o policial que você abordar não souber a
resposta, ele é capaz de tirar o smartphone do bolso e consultá-lo. Aí ele
dirá:
– São seis minutos de caminhada naquela direção.
Os ingleses têm esse hábito, de medir a distância de um
local em minutos de caminhada. “É perto. São 20 minutos a pé até lá”.
Como assim, “20 minutos a pé”? Como eles sabem qual é a
velocidade da minha caminhada? Afinal, isso depende da disposição e do tamanho
das pernas, não é? Claro que é. Só tem o seguinte: eles sempre acertam. Já fui
mais rápido ou mais devagar do que a minha caminhada usual e cheguei sempre no
tempo previsto por eles. Como conseguem?
É por isso que a Inglaterra venceu a guerra.
Minissaias e cílios
As inglesas se vestem com mais extravagância do que as
brasileiras, sobretudo no verão. As minissaias são curtíssimas, mesmo que o
verão aqui seja fajuto, com 17ºC e chuva todos os dias.
E elas adoram cílios postiços. Enormes cílios postiços, como
os que a Amy usava. Fica estranho. Mas, feio, feio, não fica. Numa inglesa. Uma
porto-alegrense não pode usar cílios de Amy Winehouse.
A estupidez exposta
Você quer conhecer a extensão da imbecilidade de um ser
humano? Abra uma conta no Twitter para ele.
As redes sociais são muito eficientes para expor as pessoas
a suas próprias opiniões. Um perigo.
Isso ficou provado na Olimpíada. Atletas do mundo inteiro
brigaram pela internet, pediram desculpas pela internet e até foram cortados
das delegações dos seus países por causa da internet. Dois casos, em especial,
mostram que uma antiga chaga europeia continua aberta: o racismo. Uma atleta
grega do salto triplo escreveu no Twitter: “Com tantos africanos na Grécia,
pelo menos os mosquitos que vêm do Nilo vão comer comida caseira”. E o
lateral-direito da Suíça festejou, depois de jogar contra a Coreia do Sul:
“Acabei com todos os coreanos. Vão para o inferno. Débeis mentais”.
Ambos foram mandados para casa. Bem feito. O racismo é mesmo
a estupidez no degrau mais alto do pódio.
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