Jaime
Cimenti
Livros, qualidade, quantidade,
mortalidade e imortalidade
Em
matéria de livros e de muitas outras coisas, acho que o tempo e os leitores-pessoas
são os melhores juízes. Nada contra a crítica, as academias, os doutores. Há pouco
tempo foram lançadas duas antologias de contos. Uma pretendendo apontar novos
valores da literatura brasileira sob um ponto de vista, digamos, da qualidade.
A
outra apresentava escritores de grande sucesso popular, sem, digamos, a
preocupação de apreciações críticas etc. Debates aconteceram em torno dos
livros, com opiniões diversas. Aqui não menciono o nome das antologias e dos
opinadores por que acho que não vem ao caso, não precisa.
A
discussão sobre qualidade, quantidade, popularidade, mortalidade, imortalidade
e genialidade é mais antiga do que a Sé de Braga e, pelo visto, vai continuar. Até
aí tudo bem, normal, universal, humano. Não dá para dizer, simplesmente, que
autores que vendem muito são ruins e muito menos ficar estabelecendo critérios
rígidos para dizer quem é artista e imortal.
Os
leitores, o tempo e a liberdade devem se encarregar disso. Sim, claro, as
academias e os doutores devem fornecer seus pareceres. Depois de Joyce, Kafka e
Marcel Proust - só para citar alguns gigantes mais recentes das letras -, ficou
complicado criar novidades em literatura e até falar a respeito.
Dizer
que determinados autores são chatos, bons de ler, importantes ou desimportantes
é coisa muito pessoal e qualquer juízo sobre isso é precário, acho, nesses
tempos ditos pós-modernos. De mais a mais, têm leitores de dez anos, de oitenta
e, claro, leituras que a gente faz em diversos períodos da vida, de forma
diferente.
Portanto,
acho válido opinar, selecionar e publicar antologias, novos autores, comentar,
criticar etc. Só penso que nesses tempos é preciso, mais do que nunca,
priorizar a liberdade das pessoas, da arte em geral e até do mercado. É preciso
democracia, pluralidade. Está bem complicado ditar regras num momento em que
todos estão tanto e tão bem informados.
Sim,
todo mundo dita regras, fala tudo toda hora, em todo lugar, mas, vamos combinar,
o tempo, especialmente, tem de fazer o papel dele. O tempo se vinga das coisas
feitas sem a colaboração dele, sabiam? É isso, vamos botar datas e lugares nas
opiniões e dar um tempo ao tempo, que ele sempre merece.
Jaime
Cimenti
Lua
azul Hoje – Segunda lua cheia do mês e a próxima só em 2015. Aproveite para
amar..Ame muito..e deixe-se amar também...
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