22
de agosto de 2012 | N° 17169
PAULO
SANT’ANA
O ralo da
corrupção
Eu
não sabia, mas fiquei agora sabendo pelo relatório do ministro do Supremo
Joaquim Barbosa: mais de R$ 100 milhões foram recebidos pelo publicitário
Marcos Valério do Banco do Brasil, por inexistentes serviços prestados por sua
agência a esse banco.
A
seguir, o dinheiro público passou a ser distribuído entre parlamentares, muitos
deles agora réus do mensalão, e a parte do leão foi embolsada pelo publicitário
e seus dois sócios.
Um
mar de dinheiro saído dos bolsos dos brasileiros, enquanto leio que bebês
morrem sem atendimento em hospitais gaúchos por carência de UTIs neonatais.
Muitos
leitores mandando dizer que apoiam com entusiasmo e incondicionalmente a minha
coluna que condenou as Jaris que desconhecem os recursos dos motoristas que são
multados indevidamente.
Advogados
me escreveram às pencas dizendo que, por mais que se esforcem para provar a
inquestionável inocência de seus clientes que são multados no trânsito
arbitrariamente, os recursos são sempre estupidamente recusados pelas Jaris.
Mas
nesse debate surgiu uma luz no fim do túnel: muitos dos que recorrem às Jaris e
veem recusadas peremptoriamente suas razões apelam para a Justiça, que derruba
as multas iníquas.
É
uma boa dica. Mas chega a ser infame que um injustiçado tenha de percorrer
tantas instâncias penosas e caras para provar sua limpa inocência.
Quando
é que os governantes vão pôr fim a essa deplorável injustiça?
Esta
Londres que acaba de ser visitada por muitos dias pelo David Coimbra, pelo
Sérgio Boaz e pelo Tulio Milman, integrantes da cobertura da RBS na Olimpíada,
durante séculos não permitiu a existência de cassinos em seu território.
Há
cerca de 10 anos, o governo inglês permitiu a instalação de cinco cassinos em
Londres, com o que, só com isso, foram criados 200 mil empregos.
Enquanto
isso, nada de instalação de cassinos no Brasil, os brasileiros correm para
fazer suas apostas em cassinos estrangeiros. Fortunas saem de nosso país,
enquanto as emergências dos hospitais estão superlotadas e morrem doentes sem
atendimento de saúde.
Não
dá para entender: cada vez abrem-se mais cassinos aqui no vizinho Uruguai,
parcerias entre o Estado e a iniciativa privada.
E os
impostos cobrados dos cassinos são canalizados no Uruguai inclusive para o
atendimento de saúde.
Há
burrices que duram séculos no Brasil. E fazem milhões de vítimas.
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