31
de agosto de 2012 | N° 17178
ARTIGOS
- MARIA TEREZA LUNARDINI CARDOSO*
Qualidade da educação
Não
há dúvida de que o Brasil potencializou-se através do esporte. No futebol,
conquistou várias copas mundiais. No automobilismo, subiu ao pódio com o
imortal Ayrton Senna. Nas olimpíadas, muitos atletas brasileiros vêm se
consagrando vencedores e ostentando medalhas no peito. No vôlei, na natação e
em outras modalidades esportivas, o país já venceu os “invencíveis”. Na
economia, o Brasil passou de devedor a credor do FMI. O mercado internacional
abriu as portas para os produtos brasileiros.
Na
educação, o Brasil deu a largada; já venceu a barreira da quantidade – mais de 95%
das crianças já estão nas salas de aula. Muitos governantes estão conscientes
de que investir em educação infantil é garantir um futuro promissor para muitos
pequenos brasileiros; já entenderam que “as flores do futuro estão nas sementes
de hoje”.
No
entanto, o Brasil não conseguiu erguer a bandeira da vitória: os resultados da
educação brasileira não são alentadores. Os índices de evasão, de repetência e
a qualidade do ensino são incompatíveis com os avanços que o país vem
conseguindo nesses últimos anos. Na última edição trienal na prova do programa
de Avaliação Internacional de Estudantes (Pisa), referente a 2009, o Brasil
ficou no 54º lugar num ranking de 65 países.
Segundo
o Inaf (Indicador do Analfabetismo Funcional), os índices de analfabetismo
apresentaram declínio nos últimos anos. No entanto, os níveis da avaliação
externa sobre as habilidades de leitura e escrita e matemática dos brasileiros
entre 15 e 64 anos ainda são preocupantes. Avaliar a situação dessa população-alvo
quanto à capacidade de acessar e processar as informações escritas como
ferramentas para enfrentar as demandas cotidianas indica que não basta
codificar e decodificar palavras ou expressões.
Ler
e entender diferentes gêneros de textos que circulam socialmente, escrever com
clareza e com domínio das noções básicas da língua escrita são hoje condições
imprescindíveis para a inserção plena na sociedade letrada. São também
requisitos básicos para a promoção pessoal e para conquista de um espaço no
mercado de trabalho.
Indiscutivelmente,
a educação é o alicerce para o progresso do país; é, portanto, o grande
passaporte para o sucesso individual e para a construção do desenvolvimento
coletivo de uma nação. É preciso dar a grande largada para o Brasil concorrer
em nível de igualdade com as outras nações do mundo e dar a tão sonhada volta
olímpica, ostentando a bandeira da vitória na educação.
*PROFESSORA,
MESTRE EM EDUCAÇÃO
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