28
de agosto de 2012 | N° 17175
CAPA
ESTADOS UNIDOS
A cidade que não dorme (e ferve)
Em
meio a um cenário desértico, Las Vegas brilha (literalmente) com cassinos e hotéis
gigantescos e muitas atrações, noite e dia
No
abrasivo deserto de Nevada, que um dia foi a parte amaldiçoada da rota pioneira
para o Oeste americano, você aprende a distinguir entre os tipos de miragem: o
efeito óptico gerado pelo calor e pela refração natural da luz de Las Vegas.
Os
dois casos são reais, mas só um justifica o significado superlativo do termo “fenômeno”.
Sobre aquele terreno inóspito se ergue um deslumbre da vontade do ser humano,
um delírio de cores, poder, dinheiro e diversão que fez Elvis Presley desejar
que o dia tivesse mais de 24 horas (em Viva Las Vegas).
A
minha experiência neste paraíso perdulário e sedutor só fez tornar o quanto
profética foi a citação de Hunter S. Thompson no seu best-seller Medo e Delírio
em Las Vegas: “após cinco dias, Las Vegas fará você se sentir como se estivesse
há cinco anos aqui”. Você sobrevive, mas sempre há um custo, seja físico,
emocional ou financeiro.
Do
meu bolso, foram apenas módicos US$ 5 nas raras experiências nos caça-níqueis. Mas
um bom naco da sua alma você deixa pelas calçadas da cintilante e ardente Strip
Las Vegas.
É fácil
iludir-se achando que sobreviveu inteiramente à cidade, mas o que seria aquilo
se não obra do poder da ilusão, para entreter e fazer sonhar com a
possibilidade da fortuna, dos prazeres inesgotáveis e do luxo. É uma tentação
que resplandece dos suntuosos hotéis e cassinos como MGM, Mandalay, Caesars
Palace e Bellagio, cenários de filmes – como a comédia Se Beber, Não Case – e
seriados de TV.
MARCOS
ESPÍNDOLA
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