09
de agosto de 2012 | N° 17156
EDITORIAIS
Operação-padrão
Rodovias
movimentadas de pelo menos quatro Estados brasileiros registraram ontem
gigantescos engarrafamentos em decorrência de uma operação-padrão da Polícia
Rodoviária Federal, que reivindica correções salariais e reestruturação da
carreira.
Em
vez de fazer o tráfego fluir, como é a sua atribuição, os policiais resolveram
fazer uma fiscalização minuciosa de todos os veículos, liberando a circulação
apenas numa estreita faixa. O resultado não poderia ser outro: milhares de
motoristas e passageiros atrasados para cumprir seus compromissos.
Não
é o único caso de prejuízo para a população por conta de movimentos
reivindicatórios de servidores públicos. A Polícia Federal também deixou de
emitir passaportes esta semana e anunciou também ela uma operação-padrão em
alguns aeroportos do país.
Outras
categorias de funcionários também vêm alternando paralisações e movimentos
reivindicatórios, algumas delas sem o poder de chamar a atenção do público na
mesma dimensão de quem tem autonomia para bloquear estradas ou tumultuar
aeroportos.
É
bem provável que muitos desses servidores tenham razão nos seus pleitos.
Compete ao governo federal e aos administradores dos respectivos órgãos
públicos fazer esta avaliação.
Não
é, certamente, tarefa para os cidadãos julgar se existe defasagem salarial e se
os planos de carreira dessas categorias são insatisfatórios. A parte que toca à
sociedade, além de pagar os tributos que sustentam a administração pública, é
exigir que os serviços sejam compatíveis com a contribuição.
Como
o cidadão não pode fazer uma operação-padrão na hora de pagar impostos, só lhe
resta aplaudir quando os tribunais superiores autorizam o corte de ponto de
servidores que tentam fazer a população refém de suas causas corporativas – o
que fez ontem o Superior Tribunal de Justiça ao suspender a decisão que impedia
o desconto dos dias parados dos funcionários faltosos.
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