08
de agosto de 2012 | N° 17155
ARTIGOS
- João Pedro Kulkes*
Educação básica
No
Brasil, atualmente encontramo-nos em época de eleições. E, enquanto elas se
aproximam, escutamos frequentemente propostas de melhorias acerca de assuntos
polêmicos e ineficientes do sistema público brasileiro, entre os quais sempre
está presente a educação.
Enfrentamos
uma situação completamente deficiente em relação ao sistema de educação básica,
diferentemente do que ocorre com as faculdades públicas, que são muitas vezes
melhores e mais concorridas que as universidades privadas.
Porém,
de que nos adianta ter uma eficiente rede de universidades públicas se as crianças
brasileiras não são preparadas para ingressar nelas? O que ocorre, na
realidade, é que os ocupantes das vagas nas redes de universidades públicas,
que contam com alto investimento do Estado, são os alunos das escolas privadas.
As
soluções para problemas conjunturais da sociedade geralmente não são tomadas
visando ao bem e ao desenvolvimento da sociedade como um todo, mas, sim, com
fins políticos.
A
atitude do governo frente a essa situação precária da educação básica se deu
por meio da instituição de um sistema de cotas para acesso às universidades públicas,
o que na verdade desencadeou o desregulamento de um processo meritocrático de
seleção e não resolveu nenhum problema em relação à nossa educação básica. O
mal tem de ser cortado pela raiz, e o primeiro passo com certeza é a melhoria
da educação básica.
A
solução que defino como mais razoável e como a que terá efeitos mais rápidos e
duradouros para a educação brasileira é a instituição do equivalente ao sistema
Prouni (Programa Universidade Para Todos) para a educação básica de pessoas de
baixa renda.
O
ineficiente e corrupto sistema público brasileiro deixará de despender milhões
de reais em estruturas de escolas e aumento do inchaço da máquina pública e
investirá um montante significativamente menor em bolsas de estudo em escolas
privadas da escolha do candidato.
Assim,
o estudante de baixa renda desenvolverá uma formação sem percalços até a
universidade pública ou privada de sua escolha, tendo, por fim, um custo muito
mais baixo – e sendo mais eficiente – para o sistema público. Em época de eleições
e promessas de investimentos, devemos saber que geralmente “menos é mais”,
principalmente quando se trata da ineficiência da gestão pública.
*EMPRESÁRIO,
ASSOCIADO DO INSTITUTO DE ESTUDOS EMPRESARIAIS (IEE)
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