05
de fevereiro de 2013 | N° 17334
PAULO
SANT’ANA
Ainda o
desarmamento
O
governo de São Paulo, encabeçado por Geraldo Alckmin, fez uma intensa campanha
dirigida aos cidadãos. O lema da campanha: “Proteja sua família. Desarme-se”.
O
governador pensa, pois, que, quanto menos armas portarem os paulistas, menos
eles serão atingidos pela criminalidade. É um curioso raciocínio. Porque não está
provado que as armas usadas pelos bandidos sejam arrecadadas através de furtos
e roubos sobre os cidadãos.
Pelo
contrário, o que se sabe é que a maioria das armas usadas pelos bandidos é
contrabandeada. É intrigante apelar para a cidadania para que ela não porte nem
guarde armas em casa, assegurando que assim estará mais protegida.
O
que será que os bandidos pensam sobre essa campanha? Não é mais cômodo para os
ladrões que toda a população esteja desarmada?
Depois
daquele verdadeiro plebiscito a que todas as forças oficiais mais a imprensa se
jogaram tempos atrás, conclamando para o desarmamento, o que se viu foi um
aumento da criminalidade e uma profusão
Recebo
de uma mãe de vítima de Santa Maria, identificada como cib@santiagonet.com.br,
uma carta comovente: “Paulo Sant’Ana. Sou a mãe que está na foto do dia 28 de
janeiro em sua coluna, no dia posterior à tragédia.
Naquele
momento, eu ainda tinha esperança de achar minha filha em algum hospital, mas
infelizmente ela já estava morta, e somente às 19h é que fui encontrá-la.
Ela
estava muito feliz no sábado quando eu a larguei às 18h15min no ônibus que iria
no rumo de Santa Maria, ela quase perdeu esse ônibus, talvez se o tivesse
perdido eu mesma a teria levado até lá, era o aniversário de duas amigas dela.
Ela
visitou durante os dias de janeiro todos os seus familiares, e somente veio até
em casa buscar um vestido para a festa. Ironia foi que ela somente usou três
vezes o vestido, gostava mesmo era de calça jeans e all star... ficou menos de
24 horas comigo em casa, mas agradeço a Deus o pouquinho que ela veio me ver.
Está
sendo muito difícil conviver com a falta dela... a cada dia é muito difícil...
quando fui fazer o atestado de óbito, me perguntaram se ela havia deixado bens,
não contive as lágrimas e não consegui falar... que ela somente havia deixado
um monte de sonhos a serem realizados... ela era muito linda... obrigada pelas
belas palavras da sua coluna... sou estudante de Direito e estou no oitavo
semestre, e não descansarei até que os culpados sejam punidos... porque esses
jovens morreram por culpa do descaso com os seres humanos... Ela sonhava em ser
veterinária... e aprendeu a tocar violão em janeiro e não tive tempo de escutar
as quatro músicas que ela aprendeu... aliás, não tivemos tempo de quase nada.
Um grande abraço!!!”.
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