01
de fevereiro de 2013 | N° 17330
PAULO
SANT’ANA
Férias dos jornalistas
Escrevi
aqui que o gaiteiro do conjunto que atuava na boate em Santa Maria onde ocorreu
a tragédia conseguiu escapar da fumaça e das chamas mas esqueceu sua gaita lá dentro
do inferno. E que, retornando para recuperar seu instrumento, encontrou a morte.
O
gaiteiro mais famoso e conhecido do Rio Grande, Renato Borghetti, mandou-me a
seguinte mensagem a esse respeito: “Só hoje li tua coluna sobre o gaiteiro e
sua gaita. Emocionante, parabéns”.
Jornalista
não tem folga, é que nem policial: está sempre em serviço.
Agora
mesmo, na tragédia de Santa Maria, inúmeros jornalistas correram para as redações
de seus jornais, rádios e televisões e foram trabalhar nas informações para
seus leitores, ouvintes e telespectadores. Alguns ainda se encontram
trabalhando.
É o
caso, por exemplo, da diretora de Redação de Zero Hora, Marta Gleich, que
estava de férias em Santa Catarina quando eclodiu a tragédia e se mandou de lá para
cá para reassumir suas funções.
Dois
ou três dias depois, voltou a Santa Catarina para buscar seus filhos, que assim
viram interrompido o veraneio. E está trabalhando até agora, férias só no ano
que vem.
Só cito
o exemplo da Marta porque é o mais próximo de nós. Mas tantos outros
jornalistas interromperam suas férias e folgas para cobrir o infausto
acontecimento.
Jornalista
está sempre em serviço, até nas férias.
Ponham-se
no meu lugar. Eu estava na Arena, e ia ser chutado um pênalti decisivo contra o
Grêmio.
Sabia
eu quanto era importante, financeira e institucionalmente, para o Grêmio
classificar-se para a etapa de grupos da Libertadores. E tudo podia se decidir
naquele pênalti.
Portanto,
é inequívoco que eu torcia para que o jogador da LDU chutasse o pênalti nas
nuvens ou nas traves ou, então, que o Marcelo Grohe, vejam bem a ironia do
destino, defendesse o pênalti. Era tudo o que eu queria. Se o Grêmio perdesse
nos pênaltis, eu voltaria da Arena arrasado.
Acabou
o Marcelo Grohe defendendo e eu realizando o meu sonho gremista.
Eu e
toda a torcida que estava na Arena torcendo nervosamente por nosso clube.
O
ano do Grêmio foi salvo pelo gol de Elano e por aquela bola chutada que foi de
encontro à perna de Marcelo Grohe, tanto que já foi anunciado pela diretoria
gremista que jogaremos com nossos reservas o Gre-Nal do próximo domingo. E o
Inter jogará com seus titulares.
No
entanto, não foi nada boa ou satisfatória a atuação gremista contra a LDU. Disfarçada
pelo impacto da decisão em nosso favor, restou-nos a impressão de uma pálida
atuação do Grêmio.
Para
irmos adiante nesta Libertadores, teremos de esperar por dois fatores: que o
time melhore daqui para a frente e que a direção providencie reforços para
aparelhar nosso grande treinador, Luxemburgo.
Mas
pelo menos garantimos seis jogos na próxima fase. Embora sonhemos que nosso
time dispute os 14 jogos que levam ao título.
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