terça-feira, 11 de setembro de 2012



11 de setembro de 2012 | N° 17189
PAULO SANT’ANA

Vencendo a rotina

Uma face curiosa da minha personalidade é que xingo insistente e permanentemente todas as pessoas que estimo ou amo.

Basta eu gostar de alguém para maltratá-lo com palavras sempre que com ele me defronto. É um desaconselhável erro costumeiro de minha conduta.

Deve ser também por isso que nunca xingo minha mulher.

Tenho usado um truque magistral para driblar essa terrível inimiga chamada rotina.

Faço assim: adquiro gosto por vários itens de minha rotina. Nem falo que adoro escrever esta coluna.

Mas não gostava de ver filmes pela televisão e agora passo noites inteiras vendo filmes.

Caso dos jogos de futebol pela televisão: estou apaixonado por eles. Vejo até Bahia x Náutico. Eu, que não gostava desse sistema de pontos corridos, agora estou gostando, talvez porque meu time, o Grêmio, esteja entre os primeiros três na tabela.

A única coisa de que não consigo gostar na minha rotina é brigar em casa. Não há nada mais destrutivo para mim do que discutir acaloradamente com pessoas da minha casa.

Mas aconselho aos meus leitores: peguem gosto pela rotina, que ela deixará de ser massacrante e até se tornará um deleite.

Aconteceu domingo no início da tarde, na BR-101. Era volta do feriadão em Santa Catarina e se formou antes de Laguna um extenso engarrafamento de cerca de 15 quilômetros, durando três horas a sua travessia.

Obviamente que os motoristas recorriam ao acostamento para levar à frente seus carros a dois quilômetros por hora.

Pois revoltantemente os patrulheiros da Polícia Rodoviária Federal, ao invés de se esforçarem para tentar debelar aquele verdadeiro caos, multavam adoidados os motoristas que estavam no acostamento.

O que os patrulheiros não entendem é que grandes engarrafamentos são situações anômalas, nas quais deveriam permitir transitar com pequeníssima velocidade pelos acostamentos, uma questão até de humanidade.

É de lamentável insensibilidade que multem os motoristas, que assim são castigados duplamente: pela demora angustiante e pela multa injusta e implacável.

O que os colorados devem ter em mente é que Fernandão é apenas um treinador em formação. Decidiram, para mim erradamente, que Fernandão fosse ser treinador sem ainda estar preparado para sê-lo.

É, portanto, um treinador em formação.

No Grêmio acontece exatamente o contrário: Luxemburgo é um treinador afirmado, consagrado e, agora no Grêmio, é um ídolo em formação.

Nenhum comentário: