18 de setembro de 2012 | N° 17196
PAULO SANT’ANA
Os
erros de Luxemburgo
Moisés Mendes tem um amigo que se separou, casou-se
novamente, depois voltou para a primeira mulher e disse uma frase antológica:
“Há, por vezes, certos divórcios que não dão certo”.
Que frase!
Só eu mesmo para interpretar psicanaliticamente as decisões
que Vanderlei Luxemburgo tem tomado no Grêmio.
Anteontem, no Engenhão, era o dia de o Grêmio ser campeão
brasileiro, se o time tivesse mantido aquele escore de 1 a 0 parcial.
Mas entrou em cena a megalomania de Luxemburgo, ele pensou
assim: “Hoje é o dia de o Grêmio encaminhar a conquista do título nacional,
então está na hora de eu afirmar o meu protagonismo nesta decisão histórica.
Está na hora de eu deixar minha marca pessoal, meu carimbo, nesta vitória
histórica: vou tirar de campo o Moreno e substituí-lo por Leandro. Assim, todos
atribuirão muito a mim esta vitória que pretendo seja mais larga que este 1 a
0”.
O Nilton Espinosa, funcionário da portaria da Redação de ZH,
é o gremista mais fanático aqui do jornal, trabalha nesta casa há cerca de 30
anos. Quando cheguei ontem ao trabalho, o Espinosa me esperava aos berros: “Por
que o Luxemburgo tirou o Moreno. Por quê?”.
Na verdade, ninguém entendeu. Moreno tinha feito o gol do 1
a 0 parcial, com genial infiltração, recebeu o passe providencial de Elano e
aí, atente bem, senhor Luxemburgo, Moreno encobriu o goleiro do Flamengo com um
toque mágico do gol da vitória parcial gremista que, é quase certo, daria o
título brasileiro para o Grêmio.
Que mecanismo mental extraterreno fez o Luxemburgo tirar o
Moreno do time? Evidentemente, ainda com minha análise psicanalítica sobre o
técnico gremista, o Luxemburgo quis associar-se a Moreno como os dois
personagens centrais da grande vitória, o Moreno como autor do gol e o
Luxemburgo como autor de sua substituição. A vaidade humana não tem limites.
A desculpa que Luxemburgo deu na entrevista coletiva foi
esfarrapada, ridícula: disse que tirou Moreno do time até aquela hora vencedor
para imprimir mais velocidade ao ataque gremista, substituindo o autor do gol
por Leandro.
O quê? O que, Luxemburgo? Você queria maior velocidade que
aquela usada pelo Moreno no gol gremista? Ora, vá contar essa para os
paulistas, Luxemburgo, não para nós, gaúchos, que temos a mania de analisar
psiquiatricamente os treinadores.
Eu tenho anotados os grandes erros de Luxemburgo no Grêmio.
O maior deles, além desse de anteontem, foi quando o Grêmio decidia as
semifinais da Copa do Brasil deste ano contra o Palmeiras, no Olímpico e
acabamos caindo fora do campeonato, com derrota por 2 a 0.
Os leitores não vão acreditar no que Luxemburgo fez naquela
decisão! Pois acreditem: ele deixou sentados no banco o Moreno e o André Lima.
No banco! Não dá para acreditar que ele fez isso, mas fez!
Só que aqui por esta coluna não passam erros monstruosos
como esse.
E, para finalizar, um recado para os patrulheiros: eu penso
que o Luxemburgo está tendo grande participação neste terceiro lugar do Grêmio,
no rumo da Libertadores. Notável participação.
Mas também está sendo desastrada a participação de
Luxemburgo na não conquista do Grêmio no que se refere ao título de campeão
brasileiro de 2012.
Tanto quando poupou quatro titulares contra o Vasco no jogo
do Rio de Janeiro e perdemos por esse erro três pontos quanto por anteontem,
porque tirar Moreno de campo, esta é de cabo de esquadra!
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