Jaime
Cimenti
Reedições de Hermann
Hesse
Hermann
Hesse (1877-1962) nasceu na Alemanha e, em 1923, naturalizou-se suíço.
Contista, poeta, ensaísta e editor de importantes obras da literatura alemã,
Hesse foi um adversário declarado do nazismo e escreveu artigos contra o
sistema.
Ele
manteve-se fiel às tradições literárias românticas e clássicas e escreveu obras
fundamentais como O jogo das contas de vidro, O lobo da estepe, Sidarta e
Demian, que acabam de ser lançados em edições de bolso pela Editora BestBolso.
O
autor recebeu o Prêmio Nobel de Literatura de 1946. No Brasil, Hesse ficou
esquecido por algum tempo, mas nas décadas de 1960 e 1970 - especialmente
leitores jovens, da geração hippie, se interessaram por suas obras e sucessivas
edições foram impressas, especialmente de Sidarta, que é um pequeno romance
sobre a busca pela sabedoria. Inspirado na vida de Siddartha Gautama, fundador
do budismo, a narrativa tomou por base a viagem que Hesse fez em 1911 para a Índia
e o amor e a sensibilidade pela religião, crença e filosofia orientais.
O
jovem Sidarta abandonou a confortável vida doméstica para sair pelo mundo à
procura de plenitude espiritual. Já em O jogo das contas de vidro, romance
futurista, é narrada a trajetória de uma comunidade mítica, no século XXIII, em
Castália, onde intelectuais se deleitam na prática de uma atividade lúdica
complexa e requintada que define os valores da sociedade: o jogo das contas de
vidro, os avelórios.
Em O
lobo da estepe, o protagonista Harry Haller - um intelectual de 50 anos -,
tenta equilibrar problemas sociais e individuais e administrar sua
personalidade ambivalente estilhaçada. A narrativa tem profunda influência da
psicanálise.
Demian
mostra um jovem atormentado pela falta de respostas às suas questões sobre o
mundo. Emil Sinclair, o jovem inquieto, ao conhecer Demian, um colega de classe
precoce e carismático, se rebela contra as convenções de seu tempo e embarca em
uma jornada de descobertas. A natureza humana, com suas contradições e
dualidades, mais a influência do psicanalista Carl Jung, marcam o texto.
Com
boas traduções de Ivo Barroso, Herbert Caro, Lavínia Abranches Viotti e Flávio
Vieira de Souza, textos integrais e cuidados editoriais, estas edições pocket,
com preços convidativos, mostram que Hesse permanece pela relevância e
perenidade dos temas e pela forma clara, elegante e sedutora que utilizava.
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