22
de setembro de 2012 | N° 17200
PAULO
SANT’ANA
Debate aceso
Assisti
com entusiasmado interesse ao debate entre os candidatos a prefeito de Porto
Alegre, anteontem, na TVCOM e Rádio Gaúcha, muito bem mediado por André
Machado, que não necessitou de campainha para fazer os candidatos interromperem
o tempo vencido, bastava sua palavra para que calassem, o que deu um ritmo
saudável ao certame.
Os
candidatos Wambert Di Lorenzo (PSDB) e Roberto Robaina (PSOL) estiveram
sen-sa-cio-nais.
Ante
a iminência de virem a ser condenados pelo STF ex-dirigentes do PT pelo mensalão,
Wambert soltou uma joia durante o debate: “O PT era um partido de ex-presos
políticos e agora vai se tornar um partido de ex-políticos presos”. Dizem que
essa frase é de autoria de Joelmir Betting, mas teve um efeito avassalador
sobre o debate.
O candidato
do PSOL, Roberto Robaina, ex-marido de Luciana Genro, usou um estratagema que é
do seu direito: sempre de início ignorava a pergunta do mediador e lascava o
pau no PT e no PSDB, sobrando também para Fortunati. Depois, ele tentava
responder à pergunta no pouco tempo que lhe restava, mas o que interessava era
a crítica, mordaz sempre, aos adversários no litígio.
Tenho
medo de mexer no resultado dessa eleição se escrever o que vou escrever agora,
mas me sinto no dever de fazê-lo.
É
que a candidata Manuela D’Ávila está se fixando demasiadamente na crítica ao
prefeito Fortunati no que se refere à segurança pública na Capital. Está
pregando prego sem estopa, qualquer criança sabe que a competência da segurança
pública é do plano estadual.
Onde
tenho medo de mudar o resultado da eleição é aqui: se Manuela passasse, até o
dia da eleição, a elogiar Fortunati nas boas ações que teve em sua gestão e
logo em seguida afirmar que poderia fazer melhor que ele se for eleita,
colheria grandes frutos nessa estratégia, podendo até chegar à vitória.
É
que transitei por muita gente que não simpatiza com essa ideia da Manuela de
partir para a crítica contumaz ao prefeito. Crítica contumaz só pega quando o
prefeito faz má gestão, o que não é o caso de Fortunati, que não lidera as
pesquisas por nada: lidera porque está tendo grande administração.
Eu
gosto muito da Manuela, por isso é que me atrevo a dar-lhe este, modéstia à
parte, sábio conselho.
Jocelin
Azambuja conduziu-se com discrição, mas transmitiu boa impressão em assuntos de
educação, e Adão Villaverde, parlamentar experimentado, no entanto devia estar
nervoso por pela primeira vez concorrer a cargo de tamanha envergadura. Não
decepcionou, mas se esperava muito mais dele, que é grandemente capaz.
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