sexta-feira, 7 de setembro de 2012



07 de setembro de 2012 | N° 17185
CONHEÇA SEU VIZINHO - Maria do Carmo Lenz, Pneumologista

A vizinha que embeleza a Eudoro Berlink

Médica Maria do Carmo Lenz, 50 anos, planta e poda espécies de árvores e flores em trecho da via

As unhas bem feitas e em dia com a manicure não denunciam a tarefa que Maria do Carmo Lenz, 50 anos, põe em prática todos os sábados. A médica deixa de lado a cadeira confortável do consultório para ajardinar os canteiros da primeira quadra da Rua Eudoro Berlink, no limite do Moinhos de Vento com o Mont’Serrat.

Tudo para embelezar a via em que trabalha diariamente há cinco anos.

Proprietária de uma clínica que trata de problemas relacionados ao sono, ela relembra que, quando passou a trabalhar no casarão de número 80, não havia nenhum tipo de arborização na rua. Aos poucos, foi testando várias espécies de plantas nos canteiros – tanto nos da própria calçada quanto em frente a lojas e edifícios residenciais.

A reação dos moradores foi, de forma geral, positiva, mas houve quem desaprovasse a ação. Talvez porque acreditassem que a vegetação atrapalharia a exposição do estabelecimento comercial, acredita a médica, que discorda da posição.

– Não sei se retiraram as plantas porque acreditavam que atrapalha a fachada. Mas que nada, quanto mais bonito, mais aprazível. Se a rua é bonita, o pessoal gosta de passear e olhar – opina.

Outra luta que Maria do Carmo enfrenta é o descaso com a limpeza do espaço público: baganas de cigarros e dejetos de cachorros são frequentemente encontrados nas vias da região. Descartadas por consumidores sem consciência ambiental, as latas de cerveja são recolhidas por Maria do Carmo quando pratica exercício físico no Parcão.

Ao sair de casa, na Rua Antônio Parreiras, no bairro Mont’Serrat, para o treino diário, pega um saco plástico para recolher as embalagens atiradas a esmo nos arredores do parque.

– O interessante é que essas atitudes se tornam bastante educativas: se o pessoal vê que tu estás recolhendo os lixos, fica constrangido de jogar no chão da próxima vez – conclui.

matheus.piovesan@zerohora.com.br

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