05 de outubro de 2013 |
N° 17574
CUIDE DO PEITO - CALOR E MÚSICA PARA ACALENTAR O
CORAÇÃO
PESQUISAS APRESENTADAS EM
CONGRESSO DE CARDIOLOGISTAS NA EUROPA INDICAM QUE, AO OUVIR O SOM FAVORITO E SE
PROTEGER CORRETAMENTE DO FRIO, OS INDIVÍDUOS CUIDAM DO SISTEMA CARDIOVASCULAR
Ouvir a trilha sonora favorita e
fugir do frio são atitudes que protegem o coração. É o que indicam duas
pesquisas apresentadas no Congresso Europeu de Cardiologia 2013, em Amsterdã,
na Holanda. Os cientistas de ambos os estudos chegaram às conclusões após
análises com humanos. A música fortaleceu o tecido endotelial – que reveste as
artérias – dos participantes dos experimentos feitos na Faculdade de Medicina
da Universidade de Novi Sad, ao norte da Sérvia. Já a baixa temperatura, de
acordo com pesquisa do Hospital Universitário Antwerp, na Bélgica, aumenta a
ocorrência de infartos.
O trabalho liderado pela
pesquisadora Deljanin Ilic avaliou os efeitos de ouvir a música favorita por 30
minutos, em todos os dias da semana, em 74 adultos. Eles foram separados em
três grupos: um praticou treinos físicos (33), outro ouviu a música predileta
(10) e um terceiro realizou as duas tarefas (31).
No início e no fim do
experimento, foram medidos marcadores da função endotelial encontrados na
circulação sanguínea, em especial, o óxido nítrico. Após as três semanas, os
maiores aumentos foram registrados no grupo que realizou as duas estratégias
simultaneamente.
A equipe que apenas praticou
atividades físicas teve índices mais altos que aquela que se concentrou na
música favorita, apesar de a última também ter registrado benefícios. Segundo
Ilic, o treinamento físico já é conhecido por melhorar a função endotelial e é
a pedra angular de um programa multifacetado de reabilitação cardiovascular. No
entanto, pouco se sabe sobre o papel da música neste ponto ou sobre os efeitos
de ouvir o som favorito na função endotelial.
Depois de três semanas, a
capacidade de exercício aumentou em 39% no grupo com música e treinamento, em
29% nos participantes que apenas se exercitaram, e em 19% na última equipe.
– Benefícios vasculares de saúde
da música podem ser devido a endorfinas ou compostos parecidos com a endorfina
que são liberados no cérebro quando ouvimos a música de que gostamos – explica
Ilic.
Com os resultados, a pesquisadora
acredita que ouvir a música favorita sem praticar atividades físicas é um
comportamento que pode auxiliar na reabilitação de pacientes com doenças
cardiovasculares.
Música favorita e relaxante agem
no comportamento sintomático
O cardiologista Mário Borba,
diretor científico do Grupo de Estudos de Espiritualidade em Medicina
Cardiovascular da Sociedade Brasileira de Cardiologia, concorda com os
resultados. Segundo ele, a pesquisa é uma comprovação do que o som pode fazer
pelo funcionamento do organismo humano.
– Sabemos que pessoas que
contemplam a espiritualidade, principalmente no Oriente, com sons, como um
mantra, recebem uma influência benéfica bem marcada no organismo. O que ainda
não sabemos é como isso acontece – exemplifica.
Essa associação, segundo Borba,
já foi feita no Brasil por um cardiologista que analisou a influência da
musicoterapia em unidades de dor torácica de emergências de hospitais.
– Ele também percebeu que não
especificamente a música favorita do paciente, mas também uma mais relaxante
interferem no comportamento sintomático.
BRUNA SENSÊVE | CORREIO
BRAZILIENSE/DA PRESS
Nenhum comentário:
Postar um comentário