24
de outubro de 2013 | N° 17593
PAULO
SANT’ANA
Dida, Dida, Dida!!!
Quando
escolhi Dida para ser o goleiro do Grêmio, parece que eu estava tomado por um
poder divino.
Dida
defendeu três pênaltis num jogo só. Acreditam agora os incautos?
Ora,
não encham meu saco.
O
Brasil se assombrou ontem com as conclusões do Ministério Público do Rio de
Janeiro sobre o desaparecimento do corpo do pedreiro Amarildo de Souza, de 43
anos.
Com
abundância de provas, o MP concluiu que o pedreiro foi torturado durante horas
por mais de 20 PMs, sendo submetido a afogamento, asfixia com saco plástico e
choques elétricos com pistola Taser, de uso restrito e controlado pelo Exército.
O
pedreiro não resistiu às bárbaras torturas e teve seu corpo ocultado por seus
assassinos.
O
incrível é que esse hediondo crime aconteceu atrás do equipamento da Unidade de
Polícia Pacificadora da Favela da Rocinha. Pacificadora?
Há um
major e um tenente diretamente envolvidos nas torturas.
E é inaceitável
que a própria PM não tenha esclarecido esses fatos, foi preciso que o Ministério
Público os investigasse.
Lógico
que já acho inadmissível que soldados, cabos e sargentos da PM do RJ torturem
até a morte um preso indefeso.
Mas
penso ser ainda mais grave que um major e um tenente da PM tenham sido autores
das torturas, dando a entender nitidamente que a selvageria partiu dos dois
oficiais e foi idealizada por eles.
Insustentável!
E
tinham de ser responsabilizados e punidos todos os integrantes da cúpula da PM
do RJ. Afinal, eles cruzaram os braços para esse horrendo crime e outros que
sua omissão licencia. Foi preciso que o Ministério Público investigasse e
esclarecesse o terrível supliciamento e extermínio do pedreiro Amarildo.
Como
é que oficiais, sargentos e soldados de uma Unidade Pacificadora da PM cometem
livremente esse revoltante crime, eles que foram postos lá na Favela da Rocinha
para garantir a segurança de sua população?
Da
forma como foi divulgada a apuração do delito, toda a cúpula da PM carioca tem
de ser demitida. Ela no mínimo foi omissa e no máximo cúmplice indireta ou
subjetiva do trucidamento do pedreiro.
Esse
crime retira completamente as esperanças que alguém possa ter de que o Brasil
se torne civilizado em seu sistema policial.
Nós
somos um país afundado definitivamente no atraso.
Não é
nem tão cedo será civilizado um país que erige uma polícia para proteger seus
cidadãos e ela separa 25 membros de sua corporação para torturar durante horas
até a morte um pedreiro inocente.
Eu sinto
vergonha do país em que nasci.
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