Jaime cimenti
The Brothers Orchestra, o melhor da
segunda-feira
Quem
foi que disse que segunda à noite é dia de agenda zero, noite sem graça? A
música e o amor são as coisas mais próximas de Deus. O jazz é o que os Estados
Unidos nos oferece de melhor, e a bossa nova é o maior bem que o Brasil já
produziu - depois do futebol e do samba,
talvez.
Lá
pelas nove e meia da noite, ou antes, nas segundas, vai ao InSano Pub (Lima e
Silva, 601) e entra de leve, com elegância. Com elegância, relaxamento e
prazer, te senta ou fica em pé, pede algo para beber e algo para beliscar, se
quiseres, e deixa a música com gosto de champanhe entrar macia pela tua alma,
pelos teus ouvidos e pelo resto dos teus poros. The Brothers Orchestra é uma
fantástica big band de 19 integrantes sob a batuta do band leader e trompetista
Alex Prinz, o Anjinho, vai te encantar.
Clássicos
como Fly me to the moon, April in Paris, In the mood e obras-primas de Ary
Barroso, Tom Jobim, Stevie Wonder, James Browm e Michael Jackson vão te levar
para as décadas de 1920 a 1950 e para algumas depois, mostrando que o swing, a
bossa e o jazz seguem vivos, enfrentando galhardamente a concorrência brutal do
rock, do pop rock e outros quetais. Os guris da Brothers não são chegados a
firulas desnecessárias e estrelismos.
Eles
te dizem, nota por nota afinada, que a música é maior do que os músicos e os ouvintes.
Maravilha ver que boa parte da plateia da Brothers é composta de jovens
de uns vinte e poucos para cima. Nem tudo está perdido. É verdade que, até os Beatles, a música foi
mais rica, mais bem estruturada, e a pesquisa dos algoritmos que fizeram mostra
isso. Não é impressionismo nem achismo.
É
ciência mesmo, números, cifras, notas, música. É isso, vai lá curtir os
saxofones, os trompetes, os trombones, a guitarra, o teclado, a guitarra e os
demais instrumentos. De quebra, vais degustar a animação e as informações do
energético jornalista Paulo Moreira, produtor e apresentador do consagrado
programa Sessão Jazz da Rádio FM Cultura (107.7).
Depois
do all that jazz, vais sentir e pensar mais uma vez que jazz, bossa e swing não
são apenas gêneros musicais fantásticos. São novos movimentos e sons vitais que
surgiram para dar balanço, ginga e civilização para o planeta. Música, amor e
Deus. Vai lá! Tua semana vai começar engalanada e, de repente, seguirás ouvindo
as trombetas celestiais de Moonlight Serenade até a outra segunda-feira, quando
os Brothers, que desde 2010 estão lá, vão, com pontualidade lunar, fazer a
Cidade Baixa balançar de novo.
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