ELIANE
CANTANHÊDE
Todos contra
um
BRASÍLIA
- Com a eleição difícil ou indo para o vinagre em Porto Alegre, Belo Horizonte,
Recife, Fortaleza e Salvador, Lula e o PT concentram prestígio, lideranças e
particularmente recursos em São Paulo.
Lula
só pensa naquilo: eleger Fernando Haddad, ou melhor, derrotar o PSDB no berço
de petistas e tucanos e no principal e último bastião da oposição. Como a gente
sabe, Lula não suporta ser contrariado. Quando quer uma coisa, sai de baixo.
A
campanha de Haddad, como se leu na Folha, é a mais cara do país, com gastos de
R$ 16,5 milhões, onze vezes mais do que a do líder, Celso Russomanno, e
praticamente o dobro do que a do tucano José Serra.
Além
do patrono da candidatura, que anda até desmarcando idas ao Nordeste,
mergulharam fundo na campanha de Haddad a presidente Dilma Rousseff, com alta
aprovação popular, e a ex-prefeita Marta Suplicy, principal cabo eleitoral nas
periferias paulistanas. É "vai ou racha".
O
curioso é o jogo de paciência entre Haddad e Serra. Eles disputam não apenas o
segundo lugar e a chegada ao segundo turno, mas também quem vai atirar a
primeira pedra no líder, pela TV.
Os
dois precisam desesperadamente "desconstruir" Russomanno, mas um
espera que o outro comece, porque a manobra é muito arriscada e pode ter efeito
bumerangue. Quando o alvo é sólido, em vez de arranhar o atacado, quem acaba se
machucando é quem ataca.
O
fator definidor é o tempo. Quanto mais passa, mais Russomanno se fortalece e,
ao disputarem entre eles, Haddad contra Serra e Serra contra Haddad, os dois
podem estar consolidando a vitória do adversário comum. Se esperarem o segundo
turno para agir, pode ser tarde demais.
A
indicação de Teori Zavascki foi aplaudida intramuros pelos ministros do STF com
uma penca de adjetivos, mas é improvável que ele julgue o mensalão.
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