06 de setembro de 2012 | N° 17184
PAULO SANT’ANA
Gaúchos explorados!
Faz já uns 10 anos, depois de velho, que vim a saber que
tomate não é legume nem hortaliça, é fruta mesmo.
Pois essa fruta, presente proverbialmente nas mesas dos
brasileiros, teve seu preço aumentado nos mercados e nas bancas de forma
estratosférica nos últimos meses.
Nesta semana, o IBGE informou que o tomate aumentou de preço
em 11% só no mês de agosto.
Esses 11% não são assustadores. O horrorizante é que, antes
desses 11%, o tomate aumentou em 200% no mês retrasado. Sendo assim, o tomate
veio a se constituir agora no maior vilão da inflação brasileira.
Segundo o IBGE, a inflação mais leve entre as capitais
brasileiras foi a da cidade de Salvador.
E, como quase sempre acontecia no passado, com algum alívio
nos últimos tempos, Porto Alegre foi considerada a capital brasileira em que
mais aumentou a inflação em agosto.
E o Rio Grande do Sul acompanhou a sua capital, bateu todos
os Estados em inflação no Brasil.
Como dizem os castelhanos, “A mí siempre me toca bailar con
la más fea”.
Por que nós, gaúchos, e porto-alegrenses temos agora e quase
sempre tivemos a maior inflação, os maiores preços? Por quê? Se nós não
ganhamos mais que os outros brasileiros, por que temos de pagar mais que eles
pelos mesmíssimos produtos?
Será que nossos comerciantes são acometidos de uma gula
lucrativa irreprimível?
Sempre fomos considerados, pelo menos até o século passado,
o “celeiro do Brasil”. Nas terras gaúchas, em se plantando tudo dá.
Como é, então, que pagamos mais caro do que paga o Brasil
por nosso sustento?
Não tem explicação.
Não é só na alimentação que somos assim escalpelados pelo
custo de vida.
As taxas de trânsito no Rio Grande do Sul são
escandalosamente mais caras que em Santa Catarina e até que no Paraná. Notem aí
que nesse plano nós somos sacrificados por gaúchos, isto é, por nossos
deputados e por nossos governadores.
Por que temos de pagar mais caro por tudo, que destino
trágico é esse que a vida nos traçou?
Isto aqui virou um inferno para vivermos. Por tudo temos que
tirar mais dinheiro dos bolsos do que tiram os restantes brasileiros.
Já vi caso de gaúcho que se mudou para Santa Catarina para
pagar menos pelos emplacamentos anuais do seu carro e pelo imposto predial.
Isto é uma vergonha!
Isto é um assalto!
Isto é um despropósito!
Isto é contra o Rio Grande!
Isto é contra o povo do Rio Grande!
Há alguma autoridade que explique esse despautério?
Alguém vai ter de pôr um fim nisso.
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