sexta-feira, 8 de junho de 2012



08 de junho de 2012 | N° 17094
PAULO SANT’ANA

Tem que ser time titular

Pelo amor de Deus, que o Grêmio não poupe titulares para o jogo de domingo contra o Corinthians. Tem que jogar com os titulares, não pode se repetir o erro absurdo que o Grêmio cometeu contra o Vasco.

Vem por mim, Luxemburgo! Põe os titulares domingo contra o Corinthians e também os titulares quarta-feira contra o Palmeiras.

Este é o Grêmio que nós, gaúchos, conhecemos.

É impressionante a evolução das comunicações. Há muito menos de um século, Porto Alegre tinha raros aparelhos de telefone, daqueles de dar manivela.

Hoje, não há em Porto Alegre quem não tenha celular, até as crianças.

E mais impressionante é a gama de utilidades do celular. Ele é telefone, é máquina fotográfica, é gravador e penetra na internet. Um aparelho milagroso, talvez a maior invenção humana de todos os tempos.

Tenho um grupo de amigos com quem acontece o que ocorre com todos: quando estamos reunidos e surge alguma dúvida, seja ela histórica, cultural ou de qualquer outro gênero, uma pessoa do grupo logo empunha o celular, ingressa na internet e em poucos minutos a dúvida é inteiramente solucionada.

Há lares raros em que não há televisor, mas há o celular. E há pessoas que têm três ou quatro celulares.

O celular é uma maquininha fantástica. Ele registra não só as ligações que a gente recebe, como também aquelas que a gente não atendeu.

E registra também, naquelas que a gente não atendeu, os recados que a pessoa não atendida deixou para a gente.

Entre as competências do celular que citei acima, esqueci de outras várias: o celular pode ser rádio, pode ser televisor, pode ser despertador e talvez a função que mais execute é a troca de mensagens por torpedos e outros meios.

Publicou-se recentemente que há mais celulares no Brasil que habitantes, este é um dado simplesmente fantástico.

O que não é crível é que o celular tenha tantas utilidades e pese apenas cerca de cem gramas. Como é que pode caber tanta atribuição em tão reduzido espaço, ninguém pode explicar.

O celular tem mais agilidade do que qualquer outro computador. Pelo celular, seu portador pode comunicar-se com qualquer pessoa em qualquer parte do mundo sem o auxílio de um fio, só de uma bateria.

Eu, por exemplo, não sei utilizar, por desajeito, nem 10% das funções de um celular.

Só utilizo o telefone, nunca bati uma foto com meu celular e jamais enviei um torpedo para alguém, tudo isso por não saber fazê-lo. Não é que eu não quisesse fazê-lo, mas me considero completamente inabilitado para utilizar o celular em quase todas as suas competências.

E vejo crianças consultando o dicionário pelo celular. E vejo gente utilizando o celular, em qualquer lugar que esteja, para saber da letra inteira de uma música ou do texto de qualquer poema.

Não há, decididamente não há, maior invento humano do que o celular.

Há pessoas completamente dependentes do celular. Deve ser para fugir dessa dependência que algumas raras pessoas, como o Lauro Quadros, se recusam a comprar e usar o celular.

Depois que se o conhece, não se o larga nunca mais.

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