02
de junho de 2012 | N° 17088
CAPA
ZH
Alternativas para formar a
prole
Reprodução
assistida é a opção quando o ritmo de vida do casal está em descompasso com o
relógio biológico
As
brasileiras estão tendo menos filhos e engravidando mais tarde. A baixa na
fecundidade está associada ao aumento do nível socioeducativo e econômico, além
na mudança do perfil etário da população. A gravidez tardia chama a atenção
para a necessidade de conhecer métodos de reprodução assistida, como alternativas
a formação da prole.
Se
por um lado as mulheres estão demorando mais para ter filhos, com a vida
profissional estabelecida, por outro, enfrentam problemas ao deixar para
engravidar depois dos 30 anos – o que pode demorar e custar mais caro.
– Quanto
mais jovem for a mulher, mais chances de engravidar. Se a mulher é mais velha,
há riscos da hipertensão, diabetes, além de má formação fetal, parto prematuro,
deslocamento da placenta e morte fetal – afirma o médico João Sabino Filho, da
Clínica Insemine.
De
acordo com o especialista, casos de infertilidade manifestam-se tardiamente nas
mulheres de classe social favorecida, enquanto no Sistema Único de Saúde (SUS)
costumam apresentar-se por volta dos 25 anos. Sabino explica que isso ocorre
porque, na classe social mais favorecida, as mulheres estão tendo filho mais
tarde.
A
tendência é confirmada pelo psicólogo Lucas Rosito, que explica que é comum
encontrar mulheres na faixa dos 30 a 35 anos preocupadas com a influência da
satisfação pessoal e profissionais no planejamento familiar:
– As
pessoas gastam toda a década dos 20 anos se envolvendo com a busca pela
estabilidade na carreira e qualificação. Quando chegam perto dos 30, a questão
biológica começa a falar mais alto e o desejo de ser mãe é confrontado, muitas
vezes, pela falta do parceiro ideal. Isso ocorre porque muitas pessoas deixaram
para depois a preocupação com o aspecto pessoal.
Para
quem se encaixa nesse perfil, há exames que ajudam a identificar como anda o
nível de fertilidade. Os testes mais tradicionais são o anti-mulleriano, que
avalia as células do ovário, e a ecografia, que conta o número de folículos.
Para os homens, há o espermograma.
–
Quanto mais jovem é a mulher, mais alta é a taxa de células ovarianas e maior é
a capacidade do óvulo – explica Mariangela Badalotti, sócia-diretora do
Fertilitat – Centro de Medicina Reprodutiva.
Após
um ano sem conseguir engravidar, a recomendação é investigar. Diante do
diagnóstico de restrição de fertilidade, há diversos caminhos a seguir. As
opções oferecidas nesses casos, explica a médica, são tratamento clínico (com
medicamento para homens ou mulheres), cirurgia (em caso de endometriose ou
varicocele) e reprodução assistida (com a fertilização in vitro, inseminação
artificial e congelamento). Os custos podem variar de R$ 2 mil a R$ 14 mil.
Mariangela
alerta que dos 28 aos 30 anos a chance de engravidar é de 30%. Dos 30 aos 35
anos essa chance cai para 25%, dos 35 aos 40 anos é de 20 a 15%, e acima dos 40
anos é de 10%.
Uma
das técnicas mais seguras é o congelamento de óvulos – sobretudo em casos da
mulher ter diagnóstico de câncer ou não ter encontrado o parceiro ideal. O
custo médio atinge até R$ 7 mil, além da manutenção mensal (entre R$ 200 e R$
500 por ano) e da preparação do corpo com medicação.
lara.ely@zerohora.com.br
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