sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Jaime Cimenti

Rio de Janeiro pós-Copa

O Rio de Janeiro continua lindo, mesmo com a volta do tempo ruim pós-Copa, com o retorno dos problemas de criminalidade, segurança, saúde, educação e as outras mazelas de sempre. A festa da Copa acabou, as obras seguem, de olho nas Olimpíadas de 2016 e as seculares praias, com os seculares prédios e com os prédios do futuro, seguem compondo um dos melhores mosaicos do mundo, sob as eternas  bênçãos  do Cristo Redentor, que, se pudesse, compraria um gigantesco smartphone e ficaria fazendo mil selfies, blogs, sites e instagrams diários.

Ele nem precisa. Deve ser a imagem e o  cartão mais famoso do planeta. Ou um dos três mais, por aí. No Rio, tudo se embola perfeita e elegantemente: samba, rock e bossas do presente e do passado, mendigos, pobres, classes médias, milionários e bilionários na Visconde de Pirajá, Atlântica, Ataulfo de Paiva e outras vias.

Camelôs com coisas de R$ l,99 e shoppings carésimos com casacos de R$ 9.000,00, tudo em cima. Cortes de cabelo a R$ 400,00, comida de botequim a dez ou quinze pilas, menus em restaurantes chiques a R$ 300,00 e entradas de teatro de grátis, a dez ou a centenas de reais, você decide. Antigo, moderno, pós-moderno, pós-pós moderno, o Rio sempre foi e segue sendo a vanguarda das modas, dos comportamentos, das atitudes e das novidades.

O novo governador pode ser Marcelo Crivella, Bispo da Igreja Universal, numa região de fortíssima presença evangélica. São Paulo tem negócios, vida noturna, cultural, teatros, cinemas e restaurantes fantásticos, mas o Rio segue com essas mesmas atividades diárias e noturnas com muita força, ao lado das praias maravilhosas. Deus deve saber o que faz: clima ótimo, praia, céu, sol, serra, mar, business, cultura, tudo perto. Não conheço outro lugar do mundo assim. Tomara que as próximas eleições tragam projetos, planos e ações para melhorar segurança, saúde, educação, habitação e transporte.

Tomara que a galera fique esperta. Urna não é penico. Tem muito gringo, até o David Beckham, investindo no Rio. Comprou uma casa no Vidigal por um milhão. Ah, tomara que o Mengão, com seu manto sagrado rubro-negro, deixe de ser bipolar, largue a fase deprê de mão e passe a só ganhar, em gostoso clima maníaco.

Tomara que os donos dos velhos botequins consigam pagar os aluguéis, que estão ficando altos. Antes só alguns frequentadores ficavam altos. Brasília é nossa capital, capital até demais. O Rio de Janeiro segue sendo nosso maior capital musical, afetivo, cultural, histórico e mais o que você quiser. Falei e disse, tenho dito, parceiro. Fui.


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