domingo, 17 de agosto de 2014


17 de agosto de 2014 | N° 17893
COMPORTAMENTO A FEBRE DO COACHING

Patricia buscou sex coach

A advogada Patricia Moura, 34 anos, ficava tão encucada com o sexo que não se permitia o prazer. Sofria por não aproveitar todo o potencial de intimidade com o parceiro Marco Marczak, 42. Juntos havia quatro anos, eles procuraram ajuda de uma sex coach em 2013. No início, Patricia fez sessões individuais para trabalhar a própria sexualidade, sempre no consultório da sua treinadora. Quando necessário, ultrapassava as cortinas transparentes que separam a sala de conversas dos colchões com lençóis brancos estirados no chão para exercícios de autoconhecimento propostos pela coach.

– Eu tinha vergonha do meu corpo e culpa em relação ao sexo – confessa Patricia, que contratou um pacote de três encontros. – Hoje enxergo com mais naturalidade, sem o peso imposto pela sociedade, pela Igreja.

Os efeitos se estenderam para a relação. O casal, que vivia entre idas e vindas, desde então passou a morar junto. Para ela, Marco tornou-se mais amoroso. Para ele, Patricia passou a expressar mais suas vontades.

– O homem cresce com uma visão distorcida de que a mulher tem que suprir todas as fantasias dele – comenta Marco. – Consegui colocar a Patricia fora desse contexto, a nossa comunicação melhorou e saiu um peso das nossas costas.

– Ainda temos ideia de contos de fada, de que tudo se resolve naturalmente, que o outro vai adivinhar as nossas necessidades, mas isso não acontece de forma romântica. Aí vem a frustração, e é nesse momento que o coach entra – afirma a sex coach Paula Fernanda Andreazza.

Ela diz ser mais procurada pelos perfeccionistas do que pelos “problemáticos”:

– Querem aprender a expandir suas experiências sexuais, serem melhores do que já são.

Paula conta que a diferença entre seu trabalho e o de um terapeuta sexual é que esse último foca no passado para compreender a situação, enquanto ela busca ensinar, na prática, o que fazer e ajuda a planejar o futuro. A sex coach não se intromete corporalmente na relação do casal durante a consulta, mas, quando necessário, a observação faz parte do treinamento. Já teve quem pedisse para ela assistir à transa dos dois e apontar pontos a aprimorar.

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