Jaime Cimenti
OS Guia Cambridge de Shakespeare e o
autor traduzido por Millôr
A
L&PM acaba de lançar duas obras importantes envolvendo o genial dramaturgo
inglês William Shakespeare (1564-1616), um dos gênios da humanidade e que segue
sendo estudado e encenado em várias partes do mundo. Guia Cambridge de
Shakespeare (288 páginas, tradução de Petrucia Finkler) da professora Emma Smith,
da graduação do Hertford College, Universidade de Oxford, especialista em
Shakespeare e em teatro renascentista, aborda, com rigor e precisão, todas as
obras, sinopses, personagens, contextos e interpretações da grande obra do
autor de Hamlet; Romeu e Julieta e Rei Lear, entre tantas outras peças
mundialmente famosas.
A
obra é concisa, mas permite novos olhares sobre o dramaturgo e é um perfeito
livro de introdução e um ótimo companheiro de cabeceira para curtir um dos
maiores monumentos literários de todos os tempos.
Os
leitores poderão saber detalhes da história de encenação e publicação de cada
texto, as principais linhas de interpretação e as controvertidas questões de
autoria. O livro ainda aborda a vida pessoal de Shakespeare, seu tempo, sua
carreira e o contexto de produção e veiculação de seus trabalhos.
No
teatro elisabetano, dizia-se que a plateia “ouvia” a peça e não “assistia”. A
segunda obra é Shakespeare traduzido por Millôr Fernandes (440 páginas, R$ 48,90).
Millôr é um dos maiores jornalistas e intelectuais que o Brasil já teve e
traduziu com brilho muitas peças de Shakespeare. Neste volume estão Hamlet, A
megera domada, O Rei Lear e As alegres matronas de Windsor.
As
duas comédias do início da carreira do inglês e as duas tragédias constantes
desta obra estão entre as principais do escritor e permitem aos leitores
visualizarem um interessante panorama sobre a evolução do trabalho do bardo,
que criou personagens, dramas, comédias e situações que ganharam as ruas e o
mundo. Shakespeare transformava em ouro literário os menores e maiores
sentimentos humanos.
Ao
topar o desafio de traduzir Shakespeare, um de seus reverenciados mestres, Millôr
não mediu esforços para oferecer ao leitor brasileiro contemporâneo uma visão única.
Millôr entendia que o tradutor não deveria apenas ler a obra, mas
principalmente compreender. Conseguiu. É muito.
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