sexta-feira, 5 de julho de 2013

Vinte e quatro horas conectado?

Jaime Cimenti

Vinte e quatro horas conectado?

Um dos temas mais interessantes da atualidade é, sem dúvida, o estudo dos impactos do mundo digital na saúde, na educação e nos comportamentos sociais de todos nós, viventes destes tempos tão rápidos e digitais. Vivendo esse mundo digital - Impactos na saúde, na educação e nos comportamentos sociais, obra organizada pelos psicólogos Cristiano Nabuco de Abreu, Evelyn Eisenstein e Susana Stefenon é, sem a menor dúvida, um convite irrecusável para que o leitor entenda melhor o impacto de uma vida tão dependente da internet e de outros meios digitais, como a que levamos hoje, e a influência dessa atitude em nossa saúde e nas relações sociais que estabelecemos.

O livro ensina que o contato com a tecnologia é inevitável e negá-la pode nos causar exclusão social, mas que devemos utilizá-la de forma consciente. Ansiedades, dores físicas, cyberbullying e sexting (divulgação de conteúdo pornográfico, especialmente entre adolescentes) são alguns dos problemas causados por excesso ou mau uso de meios eletrônicos. Trinta especialistas de várias áreas e os organizadores participam do volume com visões sobre várias questões. 

Pesquisas mostram que 58% das crianças em idade escolar afirmam que são vítimas do sexting e 53% revelam praticar ofensas por meio da rede. Pais, especialistas e educadores devem orientar os jovens sobre como utilizar a internet, que tem acesso quase ilimitado a todo tipo de informação. Todos devem perceber - dentro de cada contexto - até que ponto é prejudicial ou aceitável estar conectado.

Ficar desconectado 24 horas por semana ou uma hora por dia, ao menos, pode ser bom. Visão geral, sexualidade e estilo na era digital, saúde mental, educação, especialidades médicas e uso da rede, segurança, direito autoral, ciberdelitos e cibercrimes, estão, entre outros temas relevantes, na obra, que é das mais abrangentes até o momento, sobre a questão da comunicação digital e seus efeitos.

Há quem considere a geração digital mais rápida, ágil e acelerada mentalmente que as gerações anteriores. Mas é preciso cautela ao relacionar rapidez mental com capacidade intelectual global. Rapidez nas respostas nem sempre é sinal de inteligência.


O acúmulo de conhecimento que vem ocorrendo, de modo progressivo, ao longo dos séculos, e a velocidade de transmissão podem tornar as novas gerações superficiais, submissas às regras da mídia social e controladas por informações transmitidas pelas tecnologias digitais. O livro é bem oportuno, até pelo uso das mídias para organização de atos públicos etc. Artmed, 336 páginas, telefone (51) 3027-7000.

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