Jaime
Cimenti
Vinte e quatro horas conectado?
Um
dos temas mais interessantes da atualidade é, sem dúvida, o estudo dos impactos
do mundo digital na saúde, na educação e nos comportamentos sociais de todos nós,
viventes destes tempos tão rápidos e digitais. Vivendo esse mundo digital - Impactos
na saúde, na educação e nos comportamentos sociais, obra organizada pelos psicólogos
Cristiano Nabuco de Abreu, Evelyn Eisenstein e Susana Stefenon é, sem a menor dúvida,
um convite irrecusável para que o leitor entenda melhor o impacto de uma vida tão
dependente da internet e de outros meios digitais, como a que levamos hoje, e a
influência dessa atitude em nossa saúde e nas relações sociais que
estabelecemos.
O
livro ensina que o contato com a tecnologia é inevitável e negá-la pode nos
causar exclusão social, mas que devemos utilizá-la de forma consciente. Ansiedades,
dores físicas, cyberbullying e sexting (divulgação de conteúdo pornográfico,
especialmente entre adolescentes) são alguns dos problemas causados por excesso
ou mau uso de meios eletrônicos. Trinta especialistas de várias áreas e os
organizadores participam do volume com visões sobre várias questões.
Pesquisas
mostram que 58% das crianças em idade escolar afirmam que são vítimas do
sexting e 53% revelam praticar ofensas por meio da rede. Pais, especialistas e
educadores devem orientar os jovens sobre como utilizar a internet, que tem
acesso quase ilimitado a todo tipo de informação. Todos devem perceber - dentro
de cada contexto - até que ponto é prejudicial ou aceitável estar conectado.
Ficar
desconectado 24 horas por semana ou uma hora por dia, ao menos, pode ser bom. Visão
geral, sexualidade e estilo na era digital, saúde mental, educação,
especialidades médicas e uso da rede, segurança, direito autoral, ciberdelitos
e cibercrimes, estão, entre outros temas relevantes, na obra, que é das mais
abrangentes até o momento, sobre a questão da comunicação digital e seus
efeitos.
Há quem
considere a geração digital mais rápida, ágil e acelerada mentalmente que as
gerações anteriores. Mas é preciso cautela ao relacionar rapidez mental com
capacidade intelectual global. Rapidez nas respostas nem sempre é sinal de
inteligência.
O acúmulo
de conhecimento que vem ocorrendo, de modo progressivo, ao longo dos séculos, e
a velocidade de transmissão podem tornar as novas gerações superficiais,
submissas às regras da mídia social e controladas por informações transmitidas
pelas tecnologias digitais. O livro é bem oportuno, até pelo uso das mídias
para organização de atos públicos etc. Artmed, 336 páginas, telefone (51) 3027-7000.
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