VINICIUS
MOTA
Baixa o imposto, Dilma
SÃO
PAULO - A CPI do Cachoeira e o julgamento do mensalão pouco ameaçam a reeleição
da presidente Dilma. Já a modorra da economia pode fazer estragos.
Nessa
hora, o custo de manter assessores apenas medianos -e que enxergam o setor
privado com um misto de ignorância e desconfiança- começa a sobressair. Não há plano
coerente nem ambicioso para o Brasil voltar a crescer ao ritmo que precisa num
ambiente global pedregoso.
O
instinto "desenvolvimentista" é pregar o pau na despesa pública. Já se
fala em baixar a poupança que o governo faz para pagar sua dívida, o superavit
primário. Em suma, poupar menos para gastar mais.
Os
mais responsáveis pregam a necessidade de acelerar o investimento público em
portos, estradas, aeroportos, ferrovias, transporte urbano, saneamento e habitação.
Mas a inoperância do governo nessa área é difícil de superar no curto prazo.
A
ferrovia Norte-Sul -aquela mesma do presidente Sarney- já consumiu 27 anos de
obras e R$ 8 bilhões do erário, mas ainda não está completa. Quem sabe em 2013.
Não
se cogita, por preconceito e falta de coragem de enfrentar o corporativismo
estatal, de devolver dinheiro à sociedade para que ela mesma se encarregue de
reativar o gasto e o investimento. Para cada R$ 100 investidos no Brasil, os
governos respondem por menos de R$ 15.
O
setor público, essa máquina fabulosa de arrecadar, tem propensão baixíssima
para poupar e investir -e altíssima para consumir. O Brasil tem margem para
baixar substancialmente sua carga tributária, hoje em 35% do PIB, a fim de estimular
a atividade econômica. Praticamente nenhuma outra nação importante às voltas
com a crise pode fazer isso.
A
queda dos juros, uma despesa gorda do erário, facilitaria paulatinamente um
programa de alívio do peso dos impostos. Mas, sem controlar ao longo dos anos o
dispêndio com a máquina governamental, nada feito.
vinimota@uol.com.br
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