sexta-feira, 1 de junho de 2012


Jaime Cimenti

O mundo é o Moinhos, Calçada da grana, Boca Ratão, invasões noturnas etc.

Preste atenção, leitor: o mundo é o Moinhos e tomara que ele não triture teus sonhos tão mesquinhos e nem reduza tuas ilusões a pó. Passo pela Mostardeiro/Mariante, piso com cuidado na Calçada da Grana, metro quadrado e tudo mais caríssimo. Ainda bem que não preciso de empréstimo. Atravesso a 24.

Na Fernando Gomes fico pensando em propor à Câmara de Porto Alegre que troque o nome da rua para Boca Ratão, em homenagem a personagens históricos  que viveram e vivem no pedaço  e para dar um toque  fashion-Miami ao bairro. Nada contra, claro, o ilustre educador Fernando Gomes, que poderia ganhar outra rua, até melhor. Na Padre Chagas, ou Padre Cacique, como chamam alguns lugares frequentados pelos “guris”, dou de cara com o Cheiroso.

Há quem diga que ele está bem assim, integrado e tal. Um amigo, integrante de uma importante associação, sugeriu que lhe providenciassem banho e visita à Tia Carmen. Decidam. Lá pelas bandas do Listo, os Mandarins do Inter e outros ilustríssimos jubilados en Porto trocam umas ideias e assistem aos maravilhosos desfiles das estonteantes gaúchas.

Falando nisso, dois ou três pegadores da noite conversam num dos recantos do Climatério-Menobar e o assunto é grávido: reclamam que, especialmente nos fins de semana, paulistas, cariocas, paranaenses, hermanos e até catarinenses (imagine!) chegam de avião particular ou via passagens aéreas baratinhas e se hospedam, com grandes descontos, nos hotéis finos do bairro e adjacências.

Aí fazem concorrência predatória contra os locais e vão a bares, restaurantes, casas noturnas e similares e mandam baixar tudo do bom e do melhor, e, ainda, de repente, conquistam nossas nativas, as mulheres mais lindas do planeta. Será que os caras estão ricos e generosos, bons de conversa  ou será que a gauchada é meio pão-dura, mão de mulita e precisa trovar diferente? Ou os dois.

O fato é grave. Os governos municipal, estadual e federal poderiam fazer algo? Está tipo guerra fiscal. Sim, estamos num mundo globalizado, tudo bem, mas a coisa não pode ficar assim, com os galos de fora cantando solto aí nos nossos terreiros. Temos que tomar algumas providências. Os caras vêm aqui, gastam a metade do que gastariam em Sampa e tudo mais e nós, como ficamos? De bombacha na mão?

Acho melhor pensar em reação. Até nem digo separatismo, menos, né,  mas acho que “não podemo se entrega pros home”. Sei lá, de repente cobrar uns impostos, impor barreiras albundegárias, vão pensando aí! Jaime Cimenti

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