ELIANE
CATANHÊDE
Abaixo o voto secreto
BRASÍLIA
- Lula deu a largada na eleição de São Paulo no programa do Ratinho, a CPI saiu
da tumba com a quebra do acordão PT-PSDB e aumenta a pressão para o fim do voto
secreto já no julgamento de Demóstenes Torres em plenário.
Na
eleição, começam o resgate de Fernando Haddad, dos irreais 3% para os
tradicionais 30% do PT em São Paulo, e o trajeto para o segundo turno entre PT
e PSDB. Chalita fortalece o PMDB na negociação.
Na
CPI, Marconi Perillo afunda e respinga no PSDB em ano eleitoral. A cúpula e os
candidatos não devem estar nada felizes com os voos do tucano ao Cachoeira.
Mas
as maiores emoções ficam por conta da quebra dos sigilos bancário, fiscal e
telefônico do titanic Delta, grande contratante do PAC e a maior recebedora de
recursos do governo federal desde 2007 -além de queridinha de nove entre dez
governos estaduais. Vem coisa.
E,
enfim, é tempo de acabar com essa excrescência do voto secreto para a cassação
de mandatos. Eu, tu, ele e todos nós eleitores temos o direito de saber como
nossos eleitos vão votar no caso Demóstenes, ainda mais sob os ventos da lei de
acesso às informações públicas.
As
evidências das ligações do ainda senador com Cachoeira são flagrantes e o
destino dele no Conselho de Ética parece selado. O problema é o plenário, com o
voto secreto e suas excelências votando corporativamente. Afinal, quantos Demóstenes
e Cachoeiras há entre eles?
O
projeto que enterra o voto secreto foi aprovado na Comissão de Constituição e
Justiça em junho de 2010 e depende de um único fator para ser votado: vontade.
Pela
pressão, quebrou-se o acordão PT-PSDB na CPI. Pela pressão, o Senado será compelido
a votar o projeto e evitar o vexame da Câmara, que absolveu a deputada
Jaqueline Roriz (PMN-DF), apesar de provas, fotos, fitas e ficha corrida
familiar.
A
hora é agora.
elianec@uol.com.br
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