03
de agosto de 2013 | N° 17511
PAULO
SANT’ANA
Treinamento
anti-incêndio
Discutia-se
nesta semana no Sala de Redação o assunto da nudez. E lembraram os outros
participantes do programa que manifestantes ficaram nus durante horas no
interior da Câmara de Vereadores de Porto Alegre.
E eu
recordei que, no Parque Farroupilha, durante todas as noites do ano, dezenas de
pessoas ficam nuas por motivos mais ou menos óbvios. E também frisei que só eu,
há 20 anos, nunca fiquei nu em um só instante em minha casa, por falta de
motivação.
Participei
na quinta-feira, por obrigação profissional, de uma operação simulada de
retirada do prédio aqui de ZH e Rádio Gaúcha em caso presumido de incêndio.
Quando
soou o alarma simulado, cerca de 500 funcionários saímos todos em ordem,
vagarosamente, descemos as escadas de três andares caminhando, transpusemos a
porta de entrada na Avenida Ipiranga e fomos para o estacionamento da RBS.
Lá,
reunidos os cerca de 500 funcionários, ouvimos de um integrante da Brigada de
Incêndio o seguinte: “Parabéns a todos vocês pelo desempenho na retirada do
incêndio simulado. Vocês demoraram exatamente 10 minutos para evacuar todo o
prédio”.
Não
entendi nada. Alguém vai ter de esclarecer, nas próximas retiradas simuladas
que fazem parte do treinamento, as minhas dúvidas.
Ocorre
que, evidentemente saímos em ordem, vagarosamente, demorando apenas 10 minutos
para evacuar o prédio. No entanto, isso aconteceu assim com normalidade porque
não havia incêndio, ora bolas.
Tivesse
havido um incêndio de verdade, teríamos levado não 10 minutos na evacuação, mas
uns dois minutos, creio eu. E teriam morrido no mínimo cinco pessoas, esmagadas
pelos que vinham atrás.
Não
entendi, mas certamente alguém vai nos explicar isso nas próximas edições do
treinamento. Continua martelando minha cabeça a frase aquela: “O sofrimento
piora os maus e melhora os bons”.
O
autor da frase me explicou: o mau, quando é atacado pelo sofrimento, fica
ressentido e tresanda ódio em todos os seus atos agressivos.
Será
que é assim? Se for assim, estão explicadas todas as agressões que sofri, quase
todas, em minha vida. Mas também tem de ser considerado que me julgo
megalomaniacamente uma pessoa boa e que meus agressores através dos tempos,
obviamente, foram considerados por mim como pessoas más.
Mas
e se não for assim, e se então eu é que sou mau e meus agressores eram pessoas
boas?
Complicado,
não?
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