02 de agosto de 2013 |
N° 17510
PAULO SANT’ANA
Liberou geral a maconha
A Câmara dos Deputados do Uruguai
aprovou por 50 votos da situação contra 49 votos da oposição a liberação
definitiva da maconha no país.
O Uruguai fez isso anteontem,
para espanto mundial.
Pelo decreto, caberá ao governo a
plantação, distribuição, armazenamento e comercialização da maconha.
Logo pensei em como seria a situação
em Livramento, por exemplo, onde basta atravessar uma avenida e se está no
Uruguai.
Os brasileiros poderiam
atravessar a rua e comprar maconha?
Mas fui ver que só poderão
comprar maconha do governo uruguaio os estrangeiros residentes naquele país.
No entanto, existem milhares de
dobles-chapas na fronteira do Brasil com o Uruguai, pessoas de dupla
nacionalidade e muitas delas originalmente brasileiras que poderão comprar
maconha produzida pelo governo e vendida nas farmácias.
Cada adquirente poderá comprar 40
gramas de maconha por mês.
O consumo da maconha já era
tolerado no Uruguai, porém apenas em lugares abertos. Em lugares fechados, a
exemplo do cigarro, já era proibido o uso.
Com essa medida, a consequência
principal é que o Uruguai acaba de vez com o tráfico da droga e com isso
extingue a violência entre traficantes.
Desconfio que outros países se
inspirarão no Uruguai e adotarão a mesma medida.
Ou seja, uma forma de acabar com
a violência entre traficantes é legalizar a droga.
Os Estados Unidos,
principalmente, assim como outros países, gastaram fortunas, superiores às que
gastam em guerras, na guerra contra as drogas. E as drogas acabaram vencendo
essa guerra contra o Estado.
E vem o Uruguai, um pequeno mas
invejável país americano e oferece aos Estados Unidos essa solução milagrosa
contra as drogas.
Em outras palavras, só pode
ganhar a guerra contra as drogas quem se aliar às drogas, com o governo
plantando-as ou fabricando-as e vendendo-as aos consumidores.
Desconfio que essa possa ser uma
solução genial no combate às drogas, paradoxalmente.
Interessante na revolucionária
lei uruguaia é que será permitido a qualquer família plantar determinada
quantidade de maconha em seu quintal.
E também quaisquer pessoas podem
se organizar em pequeno número, até 45 participantes, formando clubes que
plantarão a maconha particularmente. Essa medida, criação de cooperativas de
maconheiros, significa a liberação geral da maconha no Uruguai.
Há que se lembrar que estadistas
de nomeada em todo o mundo pregaram já a liberação das drogas, entre eles o
ex-presidente brasileiro Fernando Henrique Cardoso.
Mas o papa Francisco declarou em
sua recente visita ao Brasil que a liberação das drogas não vai combater as
drogas.
Ou seja, é um assunto polêmico, e
o Uruguai incendiou agora mais ainda a discussão.
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