07
de março de 2015 | N° 18094
ARTIGOS
- CLEUSA REGINA HALFEN*
A DEFESA INTRANSIGENTE DOS DIREITOS DA
MULHER
Vivemos
tempos em que, por paradoxal que pareça, diante dos incessantes avanços em
todas as formas de expansão da liberdade humana, a defesa dos direitos da
mulher ainda é árduo trabalho diário que não pode ser descurado pelos que
acreditam em um mundo verdadeiramente igualitário.
A
voz de todas as mulheres e de todos os homens necessita estar sempre preparada
e livre para se erguer contra abusos e discriminações, no campo das garantias
individuais – e aqui ouvimos cristalina a voz da paquistanesa Malala, a menina
baleada pelo Talibã na luta pela educação das mulheres no Oriente Médio –, ou,
por exemplo, no campo dos direitos trabalhistas –, e aqui ouvimos as vozes em
uníssono de centenas de magistradas brasileiras.
Por
uma feliz coincidência, ocorre dois dias após o Dia Internacional da Mulher a
posse solene da magistrada Maria Helena Mallmann, egressa do TRT/RS, como
ministra do TST. A ministra Maria Helena, certamente, como fez ao longo de sua
trajetória, lutará incansavelmente também pela salvaguarda dos direitos da
mulher, em toda sua amplitude.
Merecem
especial destaque as questões que envolvem o trabalho doméstico (não se
desconhece a existência de trabalho doméstico masculino – jardineiros,
cuidadores etc.; porém, a imensa maioria do trabalho doméstico é,
inegavelmente, feminino). Recentemente foram estendidos às domésticas novos
direitos, como jornada de oito horas, limitadas a 44 semanais, hora extra com
acréscimo de 50%, adicional noturno etc.. Segundo dados da OIT (2010), o Brasil
é o maior mercado de mão de obra doméstica do planeta, com mais de 7 milhões de
profissionais formais e informais, a demandar particular cuidado no trato de
tais direitos.
Malala,
em seu discurso na entrega do Prêmio Nobel, afirmou que contava sua história
não porque fosse única, “mas principalmente porque não é”. Que todos possamos
ter em mente suas corajosas palavras: “Eu tinha duas opções, a primeira era
permanecer calada e esperar para ser assassinada. A segunda era erguer a voz e,
em seguida, ser assassinada. Eu escolhi a segunda. Eu decidi erguer a voz”.
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artigos sobre o Dia da Mulher no blog Opinião ZH
*DESEMBARGADORA,
PRESIDENTE DO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO
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