Jaime Cimenti
Por que
engordamos?
Dietas
e exercícios físicos têm sido temas de infindáveis matérias em mídias
eletrônicas, revistas, jornais e em livros que se sucedem. Não é para menos. A
obesidade é hoje uma epidemia de proporções mundiais. No Brasil, quase metade
da população está acima do peso. Segundo as autoridades da área, cujas opiniões
estão na mídia, a culpa é a comida em excesso e o comportamento sedentário.
Ingerimos mais calorias do que necessitamos.
O
jornalista científico Gary Taubes questiona fortemente essa opinião. Ele acha
que comemos mais por estarmos engordando. Mostra que, ao engordar, o corpo
precisa de mais energia e produz mais insulina, produzindo aquela sensação de
fome infinita.
Por
que engordamos e o que fazer para evitar (L&PM Editores, 290 páginas,
tradução de Janaína Marcoantonio) do jornalista e estudioso de física Gary
Taubes, nascido em Nova Iorque em 1956 e autor, entre outros, de Good calories,
bad calories, de 2007, foi best-seller do The New York Times.
Taubes
é considerado um dos maiores jornalistas científicos do momento. Segundo o
prestigiado jornal, Taubes subverte tudo o que se sabia sobre dieta e exercício
físico. O autor analisa a disfunção metabólica e os regimes sob outro ângulo.
Com coragem, tenta mudar a ideia tradicional sobre dietas que impera nos
últimos 80 anos.
A
obra não substitui orientações médicas, mas as informações detalhadíssimas
permitem aos leitores tomar decisões fundamentadas sobre saúde. Mudança
alimentar, nova filosofia de vida e troca de hábitos podem nos ajudar a
interromper o círculo vicioso engorda-emagrece.
Taubes
nos faz olhar de modo diferente para a pirâmide alimentar, as calorias e para a
dieta diária. Nas páginas finais, o autor apresenta uma dietas sem açúcares nem
amidos e dezenas de referências bibliográficas. Para o autor, a melhor dieta é
a que restringe carboidratos e açúcar.
Enfim,
numa área tão importante, de impacto na saúde pública mundial e que se presta a
opiniões tão diversas, vem bem a obra de Taubes. Claro que muitos não vão
concordar, mas não há como negar o embasamento científico do livro e a novidade
que ele apresenta. É importante frisar que o autor trabalhou com raciocínio
lógico e fontes primárias e que o livro resultou de elaborações de aproximadamente
10 anos. Não se trata, como se vê, nem de longe, de sensacionalismo ou de
aproveitamento da ansiedade que o tema quase sempre inspira.
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