sexta-feira, 27 de março de 2015

Jaime Cimenti

Porto Alegre, São Patrício e a Santa Ceva

Para não me estressar e não enervar ainda mais os já atarantados e queridos leitores, que já devem estar lendo os jornais, ouvindo as notícias do rádio e assistindo aos trepidantes e metralhantes telejornais com mais e mais notícias sobre os infindáveis escândalos sobre a interminável corrupção, peço licença para falar de nossa mui leal e valerosa Porto Alegre e sobre cerveja, tudo a ver.

Porto Alegre está de aniversário. Ela não é só um bom lugar para se voltar, como disse um enfastiado, aí. Nem é um lugar para morar só em abril ou outubro, como disse outro enjoadinho, lamentando nosso lamentável clima. Porto Alegre pode ser legal até em julho e agosto, desde que a Paola Oliveira apareça por aqui e mesmo que venha com roupas de inverno.

Porto Alegre é legal, é parecida com São Francisco, na Califórnia. Com o cais novo, ficará igual a SF, teremos cais tipo Fischerman's Wharf. Sonho meu. Feliz Niver, POA, Deus te ajude a ter um metrô, uma pista maior para o aeroporto, um porto novo, um trânsito transitável e a volta de pessoas caminhando por aí de noite.

Lá por 1824, os alemães foram chegando em São Leopoldo e começaram a marcar presença em Porto Alegre. A cerveja e chope chegaram para ficar. Porto Alegre, a açoriana tímida, até hoje uma açoriana meio tímida, gosta muito de um bar, de uma cervejinha. Perto do aeroporto surgiram várias micro-cervejarias nos últimos tempos.

Nos últimos tempos, a açoriana-alemã virou meio irlandesa. Pubs, cervejas, cardápios e outros lances irlandeses foram aparecendo. No dia de São Patrício, 17 de março, a galera, mais uma vez, comemorou bebendo milhares e milhares de litros de ceva e chope. Acha que estou exagerando? Um armazém do Moinhos esgotou em poucas horas um estoque de 2 mil cervejas e chopes. Os comerciantes próximos tiveram que fornecer o resto, mais o que tinham de destilados. Um famoso pub da Padre Chagas vendeu 80 barris de 50 litros de chope no dia 17.

Na Fernandes Vieira e João Telles, na Cidade Baixa e em outros points o santo irlandês também foi reverenciado. Ano que vem tem mais Saint Patrick. Na real, para muitos São Patrício é inspiração cotidiana. A galera espera boa quantidade de ceva e chope geladésimos, banheiros químicos, uma estrutura melhor de trânsito, policiais carinhosos, população compreensiva etc.

Acho essa movimentação da ceva simpática. É uma bebida leve, geralmente não muito cara, às vezes de fabricação caseira e/ou artesanal e os efeitos nos bebedores são mais suaves e passam mais rápido do que os de outras bebidas e drogas.

Enfim, creio que devemos agradecer a grande colaboração irlandesa para nossa cultura. Além de James Joyce, agora a ceva e São Patrício. Legal. Porto Alegre incorporou bem a coisa. Porto Alegre incorporou bem Portugal, Espanha, Japão, Itália, China, França, África, Líbano, Alemanha, hermanos argentinos e uruguaios e outros povos. Porto Alegre é universal, é diiiiimaaaaiisss!

a propósito...

Porto Alegre merece elogios pelos esforços na área turística, tanto os feitos por autoridades públicas quanto os desenvolvidos pela iniciativa privada. Muitos hotéis foram construídos, hostels e pousadas abertos. A ideia é deixar de depender tanto do turismo de estudo e de negócios e contar com o turismo de lazer. 

A Secretaria Municipal de Turismo, entre tantas realizações que desenvolve, implantou um interessantíssimo projeto de Turismo Criativo, envolvendo oficinas de churrasco, mandala de fios, fabricação de cerveja artesanal e outras atividades que colocam o turista em contato direto com a cultura local.


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