13
de março de 2015 | N° 18100
MOISÉS
MENDES
Pragas
paulistanas
Falta
ar em São Paulo. Primeiro, faltou água. Com a falta de água, as torneiras
passaram a assoprar ar. E a Sabesp, a Corsan deles, cobrou pelo ar.
O
amigo Mano Pacheco, meu correspondente na Pauliceia, me informa que agora
começa a faltar até ar nas torneiras. Uma gerente da Sabesp disse que isso pode
acontecer. Ao invés de sair, o ar entra de ré pelo cano e faz com que o
reloginho ande ao contrário. E a conta é reduzida. Deu no Fantástico.
O
governo paulista chegou ao cúmulo de cobrar pelo ar e agora nem ar fornece
mais.
A
grande interrogação em São Paulo é: o que sairá dos canos em abril? O que os
tucanos estarão preparando como surpresa? Se a brincadeira for com os quatro
elementos, as torneiras ainda cuspirão fogo e terra.
Mais
um pouco, e teremos as 10 pragas do Egito. Imagine as torneiras cuspindo sapos.
Sabe-se
agora que Paulo Francis estava certo quando denunciou, em 1997, que roubavam na
Petrobras. Pedro Barusco, ex-gerente de terceira linha, confessou: foi naquela
época que começou a roubar. Cobrava propina, mas só para consumo pessoal,
porque as empreiteiras achavam que merecia, por ser um cara legal.
Barusco
era um ladrão avulso. Como avulso e depois como integrante da gangue da propina
conseguiu juntar US$ 97 milhões num banco suíço.
E
dizer que Paulo Francis foi processado e morreu infartado por causa de um
ladrão avulso que quase manchou o governo tucano.
Diretores
do metrô de São Paulo tinham uma fortuna em dólares na Suíça, como revelou
ontem O Globo. É dinheiro da propina das empreiteiras, desviado para uma conta
do HSBC. Um dos tucanos tinha US$ 10 milhões.
O
triste é saber que, enquanto os propineiros do PSDB se esbaldavam na fartura do
metrô, os gaúchos acusados de receber propina no esquema da Petrobras ganhavam
migalhas. Segundo os delatores, os deputados do PP ganhavam mesadas de R$ 50
mil a R$ 200 mil. Seriam propineiros de segunda linha, da propina de R$ 1,99.
Era
só o que faltava: o Rio Grande do Sul ser a terra dos recebedores de propina da
Série C da corrupção. O que os tucanos paulistas têm que nós não temos?
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