sábado, 5 de julho de 2014


6 de julho de 2014 | N° 17851
NOITE

Sexo, algemas e cinta-liga

Donna foi conhecer o primeiro bar com temática erótica do Brasil, em Porto Alegre
A decoração, o cardápio de comidas e bebidas, a trilha sonora, os shows: tudo foi cuidadosamente pensado para fazer as pessoas falarem de sexo de forma natural. Essa é a missão do Valentina Bar 18+, o primeiro com temática erótica do Brasil. E a ideia que surgiu durante uma viagem de três amigos pela Europa virou sucesso de público principalmente o feminino na Capital.

– Homem faz associação com “puteiro”, mulher não, porque nunca frequentou. Por isso, a curiosidade em um lugar assim é maior delas – diz o sócio Alexandre Godoy, 31 anos.

Quarta-feira, noite tradicional de futebol na televisão, é uma das de maior movimento no bar. Uma dançarina e um dançarino fazem apresentações burlescas – bem mais elaboradas do que um simples striptease – para grupos de mulheres, casais e até (alguns) homens solteiros.

A Copa do Mundo mudou um pouco o perfil da clientela, que também passou a falar espanhol, inglês, árabe. Na quarta-feira em que a Argentina garantiu a classificação para as oitavas de final, por exemplo, 56% do público era feminino. Em dias normais, a média é de 65% de mulheres.

Nas TVs espalhadas pelo local, filmes do canal criado por Erika Lust, principal diretora de filmes pornôs com estética voltada para o gosto do público feminino, e do projeto holandês The Beautiful Agony. Os vídeos, assim como o clima, vão esquentando à medida em que as mesas, a maioria reservadas, são ocupadas e a noite avança: os olhares desconfiados e os corpos pouco à vontade de quem vai ao bar erótico pela primeira vez se transformam em caras, bocas e poses para fotos com algemas e apontando para os inúmeros e sugestivos luminosos.

– Mulheres interagindo como se não tivesse ninguém olhando pra elas, é um momento de liberação – explica Godoy.

E elas ficam mesmo muito à vontade. Algumas são conhecidas pelo nome, têm seu garçom preferido e até já participaram dos shows. Como Nathalia, que, na sua quinta ida ao “Valen”, já subia ao palco pela terceira vez. Desta vez, sob os olhares surpresos, sorrisos meio tímidos e aplausos orgulhosos da irmã Karoline e das amigas Rayama e Cristina, todas estreantes no bar.


– Até dá para pegar uns caras, mas tem que dar abertura – garante Nathália.

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