11
de julho de 2014 | N° 17856
ARTIGOS
- Miguel Tedesco Wedy*
LEE, SCOLARI E LIDERANÇA
Robert
E. Lee era o maior general confederado. Era amado pelo velho Sul e por seus
comandados. Depois de sucessivas batalhas na guerra civil americana, invicto,
avançou com suas tropas contra o exército da União. Na pequena Gettysburg, na
Pensilvânia, naquele mês de julho de 1863, ele rejeitou a sugestão de seu braço
direito, o general Longstreet, que defendia um ataque de flanco e uma posição
defensiva contra o exército mais poderoso da União.
Confiando
em sua intuição e na capacidade de envolver os seus soldados, ele decidiu por
um ataque frontal para romper o centro das posições inimigas. Quinze mil homens
marcharam em campo aberto e, em duas horas, foram dizimados pela artilharia yankee.
A guerra civil estava perdida.
Scolari
também era amado e respeitado por seus comandados e pelo povo. Tinha o pleno
domínio dos seus comandados e confiava na sua intuição. E assim, invicto,
atacou e atacou as posições alemãs, sem cuidados, sem resguardo, sem catimba,
sem faltas, sem truncar o jogo contra um time melhor, mais entrosado e mais
forte. E veio o desastre.
Lee
e Scolari foram líderes que confiaram nos seus instintos e desprezaram o
inimigo. Perderam o medo de ter medo dos adversários. Lee e Scolari,
corajosamente, assumiram a culpa pela derrota. Lee continuou a ser amado pelo
velho Sul e é até hoje um dos generais mais respeitados dos EUA. Scolari sempre
será amado pelo seu título mundial.
Ambos,
porém, ficarão com a mácula da derrota em um momento crucial das suas vidas.
São dois exemplos de como as lideranças não podem só confiar em seus instintos
para combater. Para nós, ficará a lembrança daquele dia em que Scolari deveria
ter sido um Carlos Froner, mas perdeu faceiro como um Telê Santana.
*ADVOGADO
E PROFESSOR DA UNISINOS
Nenhum comentário:
Postar um comentário