sábado, 12 de julho de 2014


12 de julho de 2014 | N° 17857
Rosane de Oliveira

ELEIÇÃO NÃO SE DECIDE NOS GRAMADOS

Se a presidente Dilma Rousseff perder a eleição de outubro, não será pelo vexame do Brasil no jogo contra a Alemanha. Se ganhar, não será por ter chegado às semifinais pela primeira vez desde 2002, argumento do técnico Luiz Felipe Scolari para amenizar o 7 a 1. Há dezenas de outros fatores para justificar a vitória ou a derrota. Ganhando ou perdendo para a Holanda hoje, a vida seguirá seu rumo e o eleitor escolherá os candidatos pelo projeto de país que tiverem para oferecer na campanha.

Contra a reeleição de Dilma pesam o desgaste de três mandatos do PT, a falta de unidade dos partidos coligados, a perda de poder no Rio de Janeiro, com a migração de parte do PMDB para a candidatura do tucano Aécio Neves, a entrada de Eduardo Campos (PSB), que tem sua principal base eleitoral no Nordeste, a condenação dos protagonistas do mensalão, as denúncias de má gestão e de corrupção na Petrobras. Pesam, também, a crise econômica internacional, o aumento do custo de vida, a perda de popularidade do governo, a avaliação negativa das principais áreas e o desejo de mudança, expresso pelos eleitores de forma um tanto contraditória, já que Dilma continua na liderança das pesquisas.

A favor da reeleição de Dilma pode-se alinhar uma série da fatores, que passam longe dos gramados. O maior tempo na propaganda de rádio e TV permitirá fazer comparações com os governos anteriores e mostrar, embaladas pelo marqueteiro João Santana, as obras de infraestrutura e programas sociais como o Prouni, o Minha Casa Minha Vida e o Mais Médicos. A comparação dos governos Lula e Dilma com o de Fernando Henrique Cardoso, apresentada na forma de gráficos, deve incluir números como inflação, geração de emprego, taxa de juros e investimentos em saúde e educação.

ALIÁS

Se a organização da Copa tivesse sido um desastre, os adversários iriam colocar os problemas na conta de Dilma. Como tudo funcionou, tentarão ligar a presidente ao insucesso da Seleção, até porque o PT associou a imagem dela à dos jogadores.

ORIENTAÇÕES AOS PREFEITOS

Gestores de 135 municípios em situação de emergência por causa da chuva receberam orientações dos secretários estaduais ontem, no Galpão Crioulo do Palácio Piratini, para acelerar a chegada de recursos federais. Para terem acesso ao dinheiro disponibilizado pela União, os prefeitos precisam reunir documentos e elaborar planos de trabalho detalhados, com o levantamento completo dos estragos e do que é necessário para a reconstrução.

O governo do Estado pediu aos gestores que entreguem os documentos e formulários até segunda-feira. Depois, a Defesa Civil vai analisar a papelada para elaborar um documento conjunto a ser enviado ao Ministério da Integração Nacional. O Estado solicitou R$ 19 milhões à União para o restabelecimento dos serviços essenciais, além de R$ 38 milhões para ações de recuperação em 13 rodovias.

Ontem, a Secretaria da Saúde confirmou a antecipação de R$ 6,5 milhões para as cidades em situação de emergência. O dinheiro corresponde à parcela de agosto dos recursos para a atenção básica.

COM POUCO DINHEIRO PARA A LARGADA DA CAMPANHA, O PMDB COMEÇA A VENDER NA SEGUNDA-FEIRA OS CONVITES PARA UM JANTAR DE ARRECADAÇÃO. CADA ENTRADA CUSTA R$ 1 MIL E O EVENTO SERÁ NA SOGIPA, NO DIA 4 DE AGOSTO.

PRESSÃO NA BASE

Chegou ao limite a paciência da cúpula do Paço Municipal com a demora na votação do projeto que altera a legislação para instalação de antenas de telefonia em Porto Alegre. Desde ontem, o vice-prefeito Sebastião Melo está telefonando para os vereadores da base de apoio do governo para garantir o quórum na sessão de segunda-feira. Na última reunião, na quarta-feira, apenas 16 parlamentares registraram presença (são necessários 19 para garantir a votação).


Na segunda-feira, ocorre a última sessão do Legislativo municipal antes do recesso de julho.

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