31
de julho de 2014 | N° 17876
ARTIGOS
- ALFREDO MARCOLIN PERINGER*
É A ECONOMIA, IDIOTA
Em 1991,
na bem- sucedida campanha eleitoral americana de Bill Clinton contra George H. W.
Bush, então presidente dos Estados Unidos e candidato à reeleição, o seu
estrategista, James Carville, apresentou três temas centrais de cunho político
mercadológico para o seu pessoal trabalhar: a) mudança versus mais do mesmo; b)
não se esqueça do sistema de saúde; e c) é a economia, idiota.
Na época,
o prestígio do presidente Bush dentro da sociedade americana era alto. Havia
ganhado a Guerra do Golfo, libertado o Kuweit e os Emirados Árabes Unidos da
invasão iraquiana e feito isso num curto período de tempo (02/08/1990 a 28/02/1991)
e com baixa mortalidade de soldados americanos.
Não
havia maneira de a sua organização política, o Partido Republicano, deixar de
indicá-lo para concorrer à Presidência dos Estados Unidos, fato que ocorreu
inclusive com entusiasmo, na pressuposição, é claro, de que carregaria o seu
prestígio às urnas, vencendo o pleito.
Ledo
engano! Tinha uma pedra no meio do caminho. A recessão, que iniciou no terceiro
trimestre de 1990, avançou no ano de 1991, início da campanha, abalando
sobremaneira a confiança dos americanos, principalmente nos seus governantes. Nem
poderia ser diferente: as estatísticas do Ministério do Trabalho mostravam
cerca de 1,6 milhão de trabalhadores desempregados no país.
Carville,
um excelente estrategista, soube aproveitar politicamente a queda da atividade
produtiva americana. Deixou de lado as demais táticas mercadológicas, passando
a trabalhar apenas com o bordão “it’s the economy, stupid”, forma que
sintetizava muito bem a depressiva situação econômica do país.
Embora
fosse uma estratégia para o consumo interno do seu grupo de trabalho, o lema
caiu no gosto da população, ganhando logo um lugar nos anais da história político-eleitoral
americana, sendo usado até hoje por mercadologistas mundo afora, principalmente
em países às voltas com problemas de desemprego e inflação, comum hoje em
diversas partes do mundo.
*Economista
Nenhum comentário:
Postar um comentário