sexta-feira, 18 de julho de 2014


18 de julho de 2014 | N° 17863
ARTIGOS - VITOR AUGUSTO KOCH*

NOVA IDENTIDADE PARA O BRASIL

A derrota de 7 x 1 para a Alemanha amargou nosso paladar. E, em momentos como este, quando um dos maiores orgulhos do Brasil, o futebol, registra um tombo tão contundente, é natural que nossos quase 200 milhões de técnicos busquem explicações para o vexame.

O desastre do inesquecível 8 de julho de 2014, além de refletir o sucesso de preparação dos alemães no futebol, tratado, naquele país, como educação, é fruto de um caminho diferente do Brasil na formação de seus craques de hoje.

Historicamente, nossos melhores jogadores tiveram origem na várzea, em campos improvisados nos subúrbios das cidades, onde os meninos passavam os dias jogando bola. Era o Brasil moleque, sem responsabilidade, fruto de uma pobreza que alguns romanceavam, mas muitos sentiam na pele e no estômago.

Felizmente, essa realidade mudou. Os craques de nossa Seleção já são filhos de outro contexto. Nos últimos anos, o consumo brasileiro aumentou 118% (IBGE), enquanto a população nacional cresceu cerca de 12%. E tal progresso ocorreu, principalmente, na base da pirâmide social do país. Ou seja, estômagos foram mais bem alimentados, e aquele povo pobre migrou, em grande parte, para a classe média, tendo maior acesso a bens de consumo e diversificando os interesses dos meninos jovens para outras atividades, além do futebol.

Paralelamente, grande parte dos folclóricos campos de várzea transformou-se em fábricas, centros comerciais e condomínios habitacionais, o que também não é algo ruim.

Enfim, é hora de reconhecer que, apesar de todos os problemas, a cara do Brasil, de 1994 para cá, mudou para melhor. Os 7 x 1 impostos pela Alemanha não deixam de ser um amargo pedágio de nossa prosperidade material.

Precisamos revitalizar o futebol nacional através de um planejamento a longo prazo! Mas isso só ocorrerá se seguirmos o fantástico exemplo alemão. Vamos saudar os futuros craques formados a partir das escolas, com educação e cidadania.

Que venha 2018!


*PRESIDENTE DO SEBRAE/RS E DA FCDL-RS

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