segunda-feira, 14 de julho de 2014


14 de julho de 2014 | N° 17859
DAVID COIMBRA

PASSO A PASSO PASSE A PASSE

Por mais comovente que tenha sido o choro dos argentinos na arquibancada (justo eles, que tanto riram do choro dos brasileiros), por mais triste que tenha sido a tristeza de Messi, por mais dor que tenham expressado os jogadores argentinos em volta de seu treinador depois da derrota, há que se reconhecer: a Alemanha mereceu. A Alemanha planejou essa conquista passo a passo, passe a passe.

Em 2002, quando foram vice-campeões do mundo, os alemães não se iludiram. Começaram ali o trabalho de reformulação do seu futebol. Em 2006, quando sediaram o Mundial e chegaram em terceiro, festejaram: estava tudo dentro do previsto e do programado. Em 2010, a queda antes da final estava nos planos, eles nao saíram do rumo, não perderam o prumo. Ao chegarem ao Brasil, em 2014, sabiam para que vinham: para conquistar o Brasil e, conquistando o Brasil, conquistar o mundo.

Foi o que fizeram. Construíram sua sede na Bahia, fizeram doações às comunidades locais, publicaram um clipe que a empresária de Caetano Veloso vetou.

E jogaram futebol.

Um futebol de categoria, habilidade e inteligência. Um futebol de legítimo campeão.

Na final de ontem, no Maracanã, a Argentina valorizou essa conquista. A Argentina vendeu caro a derrota. Messi deu suas arrancadas vertiginosas, Higuaín perdeu um gol feito, a Argentina quase conseguiu. Mas o quase não existe no futebol. A justiça também não. No futebol e na vida muitas vezes não há justiça. Ontem houve. Ontem venceu o melhor.


A Copa do Brasil talvez não tenha sido a Copa das Copas, mas seu conquistador foi o campeão dos campeões.

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