01
de junho de 2013 | N° 17450
PAULO
SANT’ANA
A Ilha da Magia
Só
em saber que vou passar este fim de semana em Florianópolis, encho-me de
contentamento.
Eu
cometi um crime contra mim mesmo quando decidi ter passado minhas folgas dos
últimos oito anos seguidos em Punta del Este, deixando de lado Florianópolis,
isso em se sabendo que nas praias do norte da capital catarinense as águas são
cálidas, enquanto não existem águas mais frias que as de Punta, até parecem as
da Patagônia.
Foi
uma burrice minha, colossal. Olhem que Punta del Este tem uma paisagem deslumbrante,
com a península cercada de um lado pelo Oceano Atlântico e do outro lado pelo
Rio da Prata, que por vezes lá se mostra como o único rio azul do planeta.
Ainda
assim, a paisagem de Florianópolis é mais encantadora. Olhem que Punta del Este
tem alguns dos melhores restaurantes da América, salientando-se para mim o Lo
de Tere, onde servem o nhoque mais macio da Terra.
Pois,
ainda assim, os restaurantes e principalmente os quiosques de Florianópolis,
entre os quais o espetacular Box 32 do Mercado Público, dão de 10 nas casas de
pasto de Punta del Este.
Na
verdade, a única vantagem de Punta del Este sobre Florianópolis – e foi isso
que me arrastou para o Uruguai nos últimos oito anos – é que na capital
catarinense não há cassinos.
Mas
como os cassinos se constituem em uma desumanidade, a julgar pelos resultados
que obtive neles nos últimos tempos, Florianópolis é inquestionavelmente mais
humana que Punta.
Assim
é que me entusiasmo porque vou passar este fim de semana em Florianópolis, a
Ilha da Magia, como ela se intitula com justeza.
Além
disso, terei a companhia de meu amigo Ricardo Stefanelli, meu guia pelas praias
e restaurantes da ilha. Sempre é bom ouvi-lo em suas ideias brilhantes e
disposto também a escutar as minhas ideias. Vai ser um fim de semana delicioso.
Tenho
de achar um tempo para ir até o quiosque do Lobo do Mar, um pescador sempre
cioso em contar suas belas histórias de aventuras marítimas, servindo um pastel
de camarão ainda úmido do azeite, que dá água na boca.
E
terei muito tempo, horas inteiras, para repousar meus olhos sobre as praias
verdes ou azuis, dependendo da intensidade do sol que se derruba sobre elas.
E,
apesar do feriadão, hei de topar com um trânsito civilizado. Florianópolis é a
cidade mais parecida com o Rio de Janeiro que conheço, com a vantagem de ser
menor do que a capital carioca.
Cantarei:
“Liberdade, liberdade!/ estou na Ilha do Sol/ pois quem fica preso em casa/ é
marisco ou caracol”. Mariscos e caracóis, por sinal, que, junto com ostras, são
deliciosos em Florianópolis.
Isso
tudo regado a uma cervejinha. Se tiver por lá cerveja uruguaia, melhor ainda.
Mas se não tiver, a Brahma Extra me quebra o galho magistralmente. Isso tudo me
será proporcionado a apenas 35 minutos de avião aqui de Porto Alegre.
A
viagem de carro dura seis a sete horas, causa estafa. Mas, de avião, nunca vi
tão perto o paraíso.
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