quarta-feira, 9 de maio de 2012



09 de maio de 2012 | N° 17064
ARTIGOS - Jairton Dupont *

A UFRGS em renovação

O valor da UFRGS é imensurável. Formou milhares de profissionais em sua longa história. Esteve na ponta de pesquisas nos mais variados campos da ciência, da tecnologia, das artes e das humanidades.

Abrigou e alimentou os mais importantes sonhos de transformação da sociedade. Esses processos continuam ativos, vibrando no cotidiano da nossa universidade. É em nome desse patrimônio que tenho a honra de representar uma candidatura de renovação para a reitoria.

Os tempos exigem um novo dimensionamento de nossa tarefa. Tudo que fazemos agora, sobre os ombros dos que nos antecederam, passa por novos gargalos históricos. Não se pode mais considerar a universidade como uma federação de unidades isoladas, porque a carência de uma perspectiva de conjunto enfraquece o todo e induz a gestão a práticas também isolacionistas.

Em nossas tarefas específicas – invenção, criação, revisão das tradições de cada área do saber –, temos que assumir com mais nitidez nosso lugar. Por exemplo: somos o terceiro maior polo de tecnologia da informação do Brasil e o segundo na indústria naval. O que a UFRGS, como instituição, tem feito sobre isso?

Da mesma forma, não cabe mais minimizar nossas mazelas; temos índices escandalosos de evasão, que não serão derrubados com paliativos. Não estará o nervo do problema na nossa própria concepção de ensino, centrada ainda em aulas expositivas e em currículos com carga horária pesadíssima, longe da pesquisa e da extensão? Não somos nós mesmos a razão central para o desânimo de tantos jovens que nos procuram com a melhor das esperanças?

A UFRGS pode mais. Pode assumir maiores responsabilidades, não só pelas contribuições que já fez, reconhecidas como de classe mundial em diversos setores. Em 10 anos, podemos colocá-la entre as cem melhores universidades do mundo.

Ela deve ser gerida como uma instituição de Estado, e não de governos. Seu compromisso é com toda a humanidade, porque o saber é de todos, mas com inserção local efetiva.

Ela deve tratar melhor os seus, proporcionando programas criativos de acolhida para novos alunos, técnicos-administrativos e professores, mas também oferecendo condições objetivas de trabalho, do suco do RU à moradia, do salário à utilização das inteligências individuais. Precisa ativar circuitos internos de circulação da informação e da cultura.

A pesquisa e a extensão concebidas como meio decisivo para o aprendizado e o envolvimento estratégico da universidade com a sociedade – eis o centro do nosso modo de renovar a UFRGS.

* Candidato a reitor da UFRGS

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