quinta-feira, 3 de julho de 2014


03 de julho de 2014 | N° 17848
DAVID COIMBRA

DAVID COIMBRA UM BILHÃO AOS MÍOPES

Li o balanço que a Secretaria do Turismo fez sobre a Copa em Porto Alegre. Trezentos e cinquenta mil turistas passaram pela cidade em 20 dias, sendo 160 mil estrangeiros 90 mil argentinos (que fizeram o que minha avó chamaria de muita laúza), 16 mil alemães (que, como meu avô, beberam muito chope), 12 mil norte-americanos, 10 mil australianos (que se deram muito bem), 4,1 mil argelinos (que andaram de dindim em Gramado), 4 mil franceses, 4 mil holandeses (que também se deram muito bem), mil sul-coreanos, mil hondurenhos, mil equatorianos e outros 17 mil de outras nacionalidades, todos faceiríssimos, dançando com a banda da Brigada. Essa gente deixou mais de um bilhão de reais na Leal e Valerosa, além de algumas saudades doídas nas meninas e ressentimentos igualmente doídos nos meninos.

Um bilhão de reais.

Para onde foi esse dinheiro? Para o comércio, para os hotéis, para os táxis e... para os impostos. Ou seja: para a saúde, para a educação, bibibi.

Quem ganha com a Copa?, perguntavam alguns míopes, tempos atrás.

Resposta: todos.

Até os míopes.


LONGE DEMAIS DAS CAPITAIS

No cartel de Porto Alegre rebrilham 10 campeonatos nacionais, quatro Libertadores da América e dois títulos mundiais. É uma cidade na última esquina do Brasil, longe demais das capitais, como diriam os Engenheiros, mas do futebol brasileiro é megalópole, como Rio de Janeiro, São Paulo e Minas. Só que Porto Alegre sai da Copa nas oitavas, como os mexicanos, os americanos e os suíços.

Não podia.

Agora que você sabe como a Copa é um evento palpitante, um evento que torna viva uma cidade e a promove e a exalta, agora você lamenta que Porto Alegre fique esquecida no seu meridiano, enquanto outras cidades do Brasil vibram às vistas do mundo inteiro.

De fato, é lamentável.

Mas isso só aconteceu por causa do instinto destrutivo e iconoclasta do gaúcho. Por causa da nossa casmurrice. E também por causa das tolices da rivalidade Gre-Nal. Se gremistas e colorados tivessem se unido para fazer uma bela Copa no Estado, Porto Alegre bem poderia passar à semifinal. Onde merece estar.

A TERRA DE MARLBORO

Gostei da forma como o jornalista de uma TV americana chamou o Rio Grande do Sul durante a partida da Argentina:

“Gaúcho’s country”.

Segundo ele, o Rio Grande do Sul é uma terra de caubóis.


O Texas do Brasil.

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