quarta-feira, 2 de julho de 2014


02 de julho de 2014 | N° 17847
PAULO SANT’ANA

Macacos catarríneos

Esses dias, eu falei aqui sobre uns quatro desafetos que tenho.

São desafetos. Logo, cheguei a eles por desafeição, como o nome está dizendo.

Deixei de dar-me com eles por algo grave que eles ou eu tenhamos cometido na nossa relação.

Mas o fato é que de repente me vejo com saudade de algum deles, é um impulso que não posso evitar e que sei qual é a origem: se meus atuais desafetos foram meus amigos, natural que me venham à memória instantes deliciosos que vivemos juntos.

A que ponto extremo eu cheguei: sinto saudade de pessoas que odeio.

Uma vez andei consultando no dicionário o que queria dizer a palavra espirro. E, se lembro bem, estava escrito no amansa-burro que espirro era uma contração dos músculos respiratórios.

É que andei olhando um livro de etiqueta que me mandava que não dissesse saúde a quem espirrasse. A etiqueta dizia que espirrar é falta de educação e quando se ouve alguém espirrar deve-se fingir que não se ouviu nada e assim não profligar o espirrador.

Gozado, diz-se saúde para quem espirra e não se diz o mesmo para quem tosse, soluça, boceja...

Tenho um amigo que tem tosse tonitruante, ouve-se-a a uma quadra de distância.

Esse meu amigo tem uma tosse tão espetaculosa, que parece que ele é descendente dos símios, os macacos catarríneos.

O amigo Eduardo Oltramari me apresentou uma cantina de massas espetacular, não me perdoo por não conhecê-la há um ano, que me parece é o prazo de sua duração total.

Trata-se da Cantina de la Famiglia Facin, no Shopping Total. É uma variedade de massas e molhos que nos fazem cair o queixo, além de um deslumbrante e saboroso cardápio de saladas.

Fiquei estupefato que eu não conhecesse essa tal ilha de riqueza culinária da minha cidade.

Além das massas, os nhoques e as panquecas. Servi-me lá de um nhoque de batata-doce de fazer português largar a mercearia nas mãos dos caixeiros.


Que massas, que molhos, que queijos!

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