sexta-feira, 7 de junho de 2013

Jaime Cimenti

O Rio Grande do Sul em versos

Vida sem poesia não é vida. Ou, se for, acho que não vale tanto a pena como a existência com os indispensáveis poemas. Os poetas seguem sendo as “antenas da raça”.

Suas percepções são quase sempre maiores e mais avançadas do que as dos outros seres. Eles desvendam mundos, reinventam e inventam palavras, criam metáforas e imagens e enriquecem nossas expressões e nossos caminhos. Nosso Estado conta com grandes poetas: Mario Quintana, Silvio Duncan, Heitor Saldanha e Paulo Hecker Filho, só para citar alguns, mostram que nossa história também foi escrita em versos.

Pensando nisso, penso que deve ser saudada - e muito! - a publicação da Coletânea de poesia gaúcha contemporânea organizada pelo poeta, compositor, escritor e professor Dilan Camargo. O volume foi publicado pela Assembleia, por meio do Departamento de Relações Públicas e Atividades Culturais - DRPAC.

A comissão editorial foi formada pelo escritor Caio Riter, presidente da Associação Gaúcha de Escritores; Dilan Camargo, poeta; Jussara Haubert Rodrigues, representante da Câmara Rio-Grandense do Livro; Márcia Ivana de Lima e Silva, representante do Instituto de Letras da Ufrgs, e Maria Elisa Carpi, poeta e escritora. Em mais de 300 páginas, estão poemas de 91 autores - três textos de cada. É um registro histórico, sem a menor dúvida.

Os integrantes da comissão editorial, os poetas selecionados e a amplitude democrática, em termos de forma e conteúdo, e a própria extensão da coletânea falam por si e demonstram que os leitores gaúchos têm em mãos uma alta síntese do fazer poético contemporâneo no Rio Grande do Sul. São vozes distintas, temática plural, abordagens diversas e cenários interioranos das grandes cidades e da Capital.

Nossas riquezas e as muitas faces que temos estão refletidas na sensibilidade e na razão dos versos. Poetas são sensíveis e, assim, peço licença para não destacar nomes. São tantos e tão bons que prefiro não ferir suscetibilidades. Viva a poesia e todos os poetas! Louvo a coletânea por inteiro, lembrando o saudoso Sílvio Duncan, autor do imortal Paisagem xucra, que ensinou: a poesia é mais importante que o poeta.

Claro que a poesia não existe sem poetas. E eles estão aí, leitores gaúchos, mostrando-se antenadíssimos e sempre novos como a aurora. Falam de morte, de vida, de amor, de natureza, de sentimentos, de silêncios e de sons, falam de nós, por nós e para nós.
Jaime Cimenti


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