Jaime Cimenti
O Rio Grande do Sul em
versos
Vida
sem poesia não é vida. Ou, se for, acho que não vale tanto a pena como a
existência com os indispensáveis poemas. Os poetas seguem sendo as “antenas da
raça”.
Suas
percepções são quase sempre maiores e mais avançadas do que as dos outros
seres. Eles desvendam mundos, reinventam e inventam palavras, criam metáforas e
imagens e enriquecem nossas expressões e nossos caminhos. Nosso Estado conta
com grandes poetas: Mario Quintana, Silvio Duncan, Heitor Saldanha e Paulo
Hecker Filho, só para citar alguns, mostram que nossa história também foi
escrita em versos.
Pensando
nisso, penso que deve ser saudada - e muito! - a publicação da Coletânea de
poesia gaúcha contemporânea organizada pelo poeta, compositor, escritor e
professor Dilan Camargo. O volume foi publicado pela Assembleia, por meio do
Departamento de Relações Públicas e Atividades Culturais - DRPAC.
A
comissão editorial foi formada pelo escritor Caio Riter, presidente da
Associação Gaúcha de Escritores; Dilan Camargo, poeta; Jussara Haubert
Rodrigues, representante da Câmara Rio-Grandense do Livro; Márcia Ivana de Lima
e Silva, representante do Instituto de Letras da Ufrgs, e Maria Elisa Carpi,
poeta e escritora. Em mais de 300 páginas, estão poemas de 91 autores - três
textos de cada. É um registro histórico, sem a menor dúvida.
Os
integrantes da comissão editorial, os poetas selecionados e a amplitude
democrática, em termos de forma e conteúdo, e a própria extensão da coletânea
falam por si e demonstram que os leitores gaúchos têm em mãos uma alta síntese
do fazer poético contemporâneo no Rio Grande do Sul. São vozes distintas,
temática plural, abordagens diversas e cenários interioranos das grandes
cidades e da Capital.
Nossas
riquezas e as muitas faces que temos estão refletidas na sensibilidade e na
razão dos versos. Poetas são sensíveis e, assim, peço licença para não destacar
nomes. São tantos e tão bons que prefiro não ferir suscetibilidades. Viva a
poesia e todos os poetas! Louvo a coletânea por inteiro, lembrando o saudoso
Sílvio Duncan, autor do imortal Paisagem xucra, que ensinou: a poesia é mais
importante que o poeta.
Claro
que a poesia não existe sem poetas. E eles estão aí, leitores gaúchos,
mostrando-se antenadíssimos e sempre novos como a aurora. Falam de morte, de
vida, de amor, de natureza, de sentimentos, de silêncios e de sons, falam de
nós, por nós e para nós.
Jaime
Cimenti
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