
SISTEMA FINANCEIRO
Magistrada nega pedido de habeas corpus. Banqueiro foi detido na segunda-feira por suspeita de fraude bilionária, com carteiras de crédito falsas
A magistrada do Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região negou pedido de habeas corpus feito pela defesa de Vorcaro, que foi preso na última segunda-feira pela Polícia Federal (PF) enquanto tentava embarcar para o Exterior em seu jatinho particular no aeroporto de Guarulhos (SP).
O banqueiro e outros sócios do Master foram alvo da Operação Compliance Zero, deflagrada pela PF para investigar a concessão de créditos falsos pelo banco, incluindo a tentativa de compra da instituição financeira pelo Banco Regional de Brasília (BRB), estatal ligada ao governo do Distrito Federal.
Ao deflagrar a operação, a Justiça determinou o bloqueio de R$ 12,2 bilhões em contas ligadas a outros alvos da operação. Além de Vorcaro, sócios e diretores do banco foram detidos.
Na decisão de quinta-feira, a desembargadora entendeu que a prisão do banqueiro deve ser mantida para preservar a ordem pública e desarticular a organização criminosa.
Prática de delitos
"O contexto retrata um grupo com notável estrutura, estabilidade e poderio econômico, cuja atividade perdurou por anos, voltada à prática reiterada de delitos financeiros, com envolvimento dos gestores do Banco Master em esquemas complexos e de altíssimo padrão, utilizando-se de manobras para fraudar o sistema financeiro", afirmou Solange na decisão.
A desembargadora também acrescentou que as fraudes podem comprometer a liquidez do BRB e causar prejuízo estimado em R$ 17 bilhões.
"A investigação revelou um esquema de cessão irregular de carteiras de crédito entre o Banco Master e o Banco de Brasília, envolvendo a quantia vultosa de aproximadamente R$ 17 bilhões. Há indícios de manipulação de ativos, criação de falsas narrativas para órgãos reguladores e utilização de empresas de prateleira para simular a origem de créditos inexistentes ou podres."
Plano de voo
Após a prisão, os advogados de Vorcaro negaram que o banqueiro tenha tentado sair do país e sustentaram que ele sempre se colocou à disposição para contribuir com a apuração dos fatos.
O BRB informou que vai contratar uma auditoria externa para apurar os fatos e que vai apurar possíveis falhas de governança ou dos controles internos da instituição.
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