Cases gaúchos são apresentados em painel sobre resiliência climática na COP30
Maurício Bonafé (segundo a partir da esquerda), gerente agrícola da Cooperativa Vinícola Aurora, e Danilo Macedo (primeiro à direita), superintendente de Relações Institucionais do Sicredi
Maurício Bonafé (segundo a partir da esquerda), gerente agrícola da Cooperativa Vinícola Aurora, e Danilo Macedo (primeiro à direita), superintendente de Relações Institucionais do Sicredi
Bruna Suptitz
Na Serra, a Cooperativa Vinícola Aurora trabalha com os cooperados o conceito integral de sustentabilidade: ambiental, social e econômico. “Quando uma família depende da atividade, se ela não for rentável na parte financeira, essa família provavelmente não vai ter sucessão; mas, se for financeiramente viável, essa família vai ter um sucessor para tocar o negócio”, argumenta Maurício Bonafé, gerente agrícola da cooperativa. Ele participou de um painel sobre resiliência climática no espaço do Sistema OCB na COP30.
Para que consiga bons resultados na produção, Bonafé aponta que meio ambiente e clima são questões centrais “justamente por uma necessidade de produção, porque o produtor está diretamente ligado à área produtiva”. A uva utilizada na vinícola vem de terras dos cooperados, mas a cooperativa tem 15 hectares de área própria onde são desenvolvidas pesquisas. A partir do levantamento de dados o conhecimento é disseminado na comunidade - alcançando, por vezes, até os produtores que não são cooperados.
Exemplo dessas informações é que, a partir do monitoramento climático para áreas com diferentes altitude, é orientada a adaptação das variedades de uva a serem plantadas. Mais adaptada ao clima, a fruta não dependerá tanto de produtos químicos - o que melhora a qualidade da colheita sem prejudicar o solo. E, para conseguir os recursos necessários para seguir investindo, Bonafé celebra: “a sorte nossa é que cooperativas de crédito estão aí para ajudar os cooperados”.
No mesmo painel do Sistema OCB, o representante do Sicredi apresentou uma ferramenta que orienta investimentos com base na questão climática. A iniciativa, que já estava em desenvolvimento, foi acelerada pela enchente de 2024. A proposta é monitorar e analisar o risco climático das carteiras de investimento em produção agrícola. A partir de informações sobre o clima, o histórico da cultura plantada e outros dados, é possível medir o risco do que é plantado.
Danilo Macedo, superintendente de Relações Institucionais do Sicredi, explica que, “sabendo que tem o risco de acontecer, como é que, usando dados e informações, conseguiremos oferecer informações para esse produtor se prevenir no curto, no médio e no longo prazo”. Assim, pode ser apresentado ao produtor qual seguro acessar ou a melhor forma de trabalhar na transição de cultura. Conforme Macedo, isso se dá “tanto do ponto de vista de seguro quanto de boas práticas na plantação, para que o produtor tenha propriedades cada vez mais resilientes”.

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