Aqui voces encontrarão muitas figuras construídas em Fireworks, Flash MX, Swift 3D e outros aplicativos. Encontrarão, também, muitas crônicas de jornais diários, como as do Veríssimo, Martha Medeiros, Paulo Coelho, e de revistas semanais, como as da Veja, Isto É e Época. Espero que ele seja útil a você de alguma maneira, pois esta é uma das razões fundamentais dele existir.
quarta-feira, 26 de novembro de 2025
26 de Novembro de 2025
INFORME ESPECIAL - Rodrigo Lopes
Votando errado?
Certa vez, com algum assombro, reuni em uma coluna todos os presidentes ou ex-presidentes do Peru presos por corrupção ou outros crimes. A lista era tão extensa que parecia aquelas novelas latino-americanas, em que sempre surge mais um personagem no capítulo seguinte.
O mais notório deles, Alberto Fujimori, morreu em 2024. Mas não precisamos exigir muito da memória. A lista recente é pródiga: Alejandro Toledo, Pedro Pablo Kuczynski, Alan García, Martín Vizcarra, Pedro Castillo. De antemão, peço habeas corpus preventivo. Devo estar esquecendo algum. Neste momento, quatro deles estão na cadeia, com certeza.
A primeira coluna que escrevi sobre esse infortúnio peruano foi lá por 2018. Era notícia, quase uma excentricidade latino-americana.
Mas o mundo gira, a cordilheira dos Andes segue firme, e nós começamos a perceber que o Brasil, infelizmente, não está muito distante dos vizinhos.
Jair Bolsonaro é o quarto ex-presidente brasileiro preso na última década - ao lado de Fernando Collor de Mello, Michel Temer e Lula - e o décimo na história da República.
O colega Rodrigo da Silva, do Estadão, fez o cálculo: o Brasil prende um presidente, atual ou ex, a cada 14 anos (embora seis dos 10 membros dessa lista tenham encarado a prisão em contextos de golpe, estado de sítio ou ditadura).
Aí eu pergunto: prender presidentes significa uma democracia frágil ou, ao contrário, evidencia a robustez das instituições de uma nação?
Há boas respostas para os dois argumentos - eu fico com o segundo.
Mas, salvo exceções, atropelos e erros processuais, há um ponto que não conseguimos varrer para debaixo do tapete: estamos pensando pouco na hora de votar, analisando e cobrando de menos. _
80%
Antes mesmo de a COP30 terminar, os preços de hospedagem em Belém já tinham caído. Na última sexta-feira, uma pesquisa rápida feita pela coluna no aplicativo Booking sobre o valor da diária em um hotel, próximo ao Parque da Cidade, estava R$ 1.319. No mesmo hotel, seis meses atrás, a diária custava R$ 7 mil. A redução foi de 81,2%. O apartamento em que estávamos hospedados, contratado por aplicativo de locação há seis meses, saiu por R$ 2.485 a diária. Na segunda-feira, baixou para R$ 277. A queda foi de 88,8%.
Projeto espanhol inspirado no RS vence prêmio internacional
Um projeto espanhol de recuperação de escolas, inspirado em uma iniciativa da Junior Achievement do Rio Grande do Sul (JARS), venceu o JA Activator Award 2025, uma premiação internacional.
O projeto vencedor, Liderança Comunitária, foi adaptado pela Junior Achievement da Espanha a partir da metodologia criada pela instituição gaúcha. A iniciativa espanhola foi implementada em Valência para ajudar na reconstrução de escolas após as cheias de 2024 na região. _
Entrevista - David Marques
Gerente de programas e projetos do Fórum Brasileiro de Segurança Pública
"As facções estão intensamente presentes na Floresta Amazônica"
A COP30 deu visibilidade para desafios da Floresta Amazônica também na área de defesa e segurança pública. Conforme o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), facções ligadas ao narcotráfico avançaram na região. David Marques, gerente de programas e projetos do Fórum, que esteve na COP, falou com a coluna:
Cresceu o avanço das facções na região da Floresta Amazônica nos últimos anos?
Infelizmente, cresceu. Temos, aqui no Fórum, um trabalho chamado Amazônia e Segurança Pública, desde 2020. Ao longo de cinco anos, houve o crescimento da presença de organizações criminosas nesse modelo das facções de base prisional na região amazônica. Não é como se não existisse antes, mas há a intensificação dessa presença, principalmente com a chegada das organizações do Sudeste, com destaque para o Comando Vermelho. Anteriormente, havia até uma disputa com o PCC, de São Paulo. Essa virada se intensifica principalmente entre 2016 e 2017, a partir da guerra pelo controle da chamada Rota Caipira, na divisa com o Mato Grosso do Sul. O PCC passa a controlá-la, o que acabou empurrando o Comando Vermelho em direção às regiões Norte e Nordeste.
Como esses grupos se articulam com países produtores de cocaína?
É um diferencial estratégico. Colômbia, Peru e Bolívia são os principais produtores mundiais de cocaína e fazem fronteira com o Brasil. Cresce em importância a chamada Rota dos Solimões, que adentra o Brasil principalmente pelo Amazonas, mas também Acre e Rondônia. Eles se aproveitam de fragilidades de política pública, estatais da região, na qual é mais difícil de policiar por conta da extensão territorial, da floresta, da complexidade da malha hidroviária da região. Essas organizações acabam se aproveitando dessas características geográficas para a presença territorial, principalmente associada ao narcotráfico.
Como eles se conectam com crimes ambientais?
Com participação direta no garimpo ilegal de ouro, que tem afinidade com o circuito da cocaína em compartilhamento de infraestrutura, de pistas de pouso, muitas vezes clandestinas, aeronaves de transporte irregular, postos de abastecimento e assim por diante. Não é que não existisse violência na Amazônia, mas, agora, há sobreposição desses desafios com essa nova camada, representada por facções criminosas, que estão intensamente presentes na região amazônica.
Essa droga fica no Brasil ou vai para outros mercado?
Essas mercadorias são, em parte, consumidas no mercado brasileiro, que é um mercado consumidor muito grande, mas também temos o Brasil como hub logístico, que vai direcionar essa mercadoria para outros continentes, como por exemplo Europa, África e a Ásia. Quando estamos falando especificamente do garimpo legal de ouro, há espaços de sociabilidade associados ao garimpo, que têm uma afinidade com a dinâmica criminal, porque, muitas vezes, são lugares de difícil acesso para as instituições policiais, para a Justiça, para a fiscalização ambiental.
Acabam sendo ambientes muito interessantes para foragidos da Justiça se esconderem. E aí você acaba tendo, em alguns contextos, como na região do Tapajós, uma atuação de faccionados atuando em posições intermediárias do garimpo, fazendo o varejo da droga, cuidando da administração dos contratos, conflitos, da disciplina, fazendo a segurança de carregamentos. No Mato Grosso, na Terra Indígena Sararé, a situação é um pouco diferente: faccionados atuando no garimpo, investindo em maquinário.
Diversificação de mercado?
Exato, uma diversificação dos ilícitos. E tentando até mesmo, por meio do controle territorial, fazer a extorsão de outros garimpeiros ilegais. No caso do Mato Grosso, isso tem gerado um incremento dos conflitos, o que eleva taxas de homicídio, porque esses outros garimpeiros ilegais têm tentado formar protomilícias para fazer a resistência a essa tentativa de controle do Comando Vermelho. _
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